O Citi reduziu novamente as estimativas para o Carrefour (CRFB3), mas manteve a recomendação neutra/alto risco para a ação e subiu o preço-alvo de R$ 12,00 para R$ 12,50, pois os números mais conservadores da casa foram mais do que compensados por premissas de custo de capital mais baixas. “A ação teve um bom desempenho nos últimos dois meses (alta de 9,9% ante 5,3% do Ibovespa) e provavelmente capturou o melhor sentimento sobre a inflação de alimentos para 2024, juntamente com o anúncio de iniciativas de corte de custos reveladas durante o dia do investidor da empresa”, dizem os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo.
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Eles concordam com a visão de que uma boa parte do potencial de alta da ação (upside) deriva da otimização da pegada das lojas e das medidas de eficiência mencionadas acima. No entanto, acreditam que esse processo será mais gradual e provavelmente pesará nos resultados deste ano (especialmente para o varejo). Mais uma vez, reduzem a expectativa de crescimento de curto prazo do Atacadão e enxergam um upside limitado com a ação perto de 12 vezes o múltiplo Preço por Lucro (P/E) esperado para 2025 – “sentimos que muitos investidores já estão olhando para a métrica”, dizem.
“As principais mudanças em nossas premissas foram: aumento mais gradual das vendas e redução das vendas/m² das unidades de Cash&Carry do BIG convertidas em Atacadão/Maxxi (em linha com o guidance); fechamento de 40 lojas de Varejo em 2024; e melhora mais gradual dos NPLs para o Carrefour Soluções Financeiras (CSF) em 2024, ou seja, maiores provisões”, afirmam os analistas. Isso leva a menores expectativas de vendas líquidas (-7,5%/7,1% para 2024/2025) e margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estável, resultando em uma previsão de rendimento líquido para 2024/2025 caindo 18,6%/14,2%. “Observe que nossas novas previsões implicam em uma estimativa de ganhos negativa em relação ao consenso”, completam.
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A previsão para o quarto trimestre é de que as vendas líquidas consolidadas permaneçam estáveis em relação ao ano anterior para R$ 29,6 bilhões, com alta no Cash&Carry (C&C), mas queda nas vendas de varejo.
A casa estima ainda que a margem bruta de C&C aumente 20 pontos-base em relação ao ano anterior para 15,5%; e a margem Ebitda de C&C aumente 70 pontos-base em relação ao ano anterior para 7,0%, refletindo também o ramp-up das unidades convertidas. Por outro lado, o Citi espera que a margem bruta do varejo caia 350 pontos-base em relação ao ano anterior, refletindo maiores remarcações e o fim da parceria com o Hipercard, e que a margem Ebitda diminua 230 pontos-base para 2,2% (desalavancagem operacional).
No CSF/Bank, o banco prevê que as vendas permaneçam estáveis em relação ao ano anterior (ajustadas por uma revisão não recorrente no quarto trimestre) com expansão trimestral da margem bruta (margem Ebitda ajustada de 23%).