A semana terminou com alta nos juros futuros e ganho de inclinação para a curva, tanto em relação a ontem quanto a sexta-feira da semana passada, uma vez que as taxas longas subiram em maior magnitude que as demais. O relatório de emprego norte-americano de janeiro atropelou as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve no curto prazo, trazendo forte ajuste na curva dos Treasuries, o que contaminou juros e câmbio no Brasil.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 9,965%, de 9,934% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de 9,60% para 9,68%. O DI para janeiro de 2027 terminou cm taxa de 9,83% (de 9,74%) e a do DI para janeiro de 2029 avançou a 10,28%, de 10,18%.
Não só a criação de vagas (353 mil) do payroll superou, e muito, o teto das estimativas (290 mil) do mercado, como também os salários subiram mais do que apontava a mediana das previsões. A taxa de desemprego não subiu a 3,8% como esperado, mas sim se manteve em 3,7%.
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Na quarta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, já tinha avisado ser improvável que o ciclo de distensão monetária começasse em março, mas o mercado queria esperar o payroll para confirmar. O combo de hoje murchou ainda mais a aposta de corte de juros no mês que vem, e ameaça até mesmo a percepção de maio como a reunião mais provável.
Pela ferramenta do CME, no fim da tarde, a chance de manutenção dos juros em março era de quase 80%, de 62% ontem, e a de corte em maio caiu de 93,9% para 71,2%.
Os economistas vinham nutrindo um sentimento de que o início de corte de juros nos Estados Unidos poderia abrir uma oportunidade para o Copom ir além no ciclo de afrouxamento da Selic, levando a taxa terminal abaixo de 9%. Para André Alírio, gerente de renda fixa e distribuição de fundos da Nova Futura Investimentos, o que dá para dizer por ora é que esse quadro nos EUA torna mais improvável uma aceleração do ritmo de queda da Selic. “O BC só daria 0,75 ponto num quadro externo mais benigno. O que vimos hoje valida a ideia do Copom de ir cortando na dose de 0,5 ponto”, afirma.
Para o economista André Perfeito, para resolver a distorção da curva de juros norte-americana, que está negativamente inclinada, ou os juros longos sobem, ou os juros curtos caem. “Como o mercado não via espaço para subir os juros longos apostou na queda dos juros curtos, mas vendo agora que a atividade persiste no campo positivo a ‘solução’ para a curva será mais uma vez a alta dos juros longos”, diz o economista, para quem parece estar se confirmando um cenário de juros longos mais altos e curtos parados. “Se confirmada essa hipótese, o Copom talvez tenha espaço mais limitado para corte de juros devido uma liquidez mundial um pouco mais restrita”, diz Perfeito que tem Selic a 9,75% ao final do ciclo.
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No fim da tarde, o retorno da T-Note de 2 anos estava em 4,36% e a da T-Note de dez anos voltava a rodar acima de 4%, a 4,02%, com máxima a 4,05%.