Publicidade

Educação Financeira

Dívida no cartão “rende” 5 vezes mais que Tesouro Selic; veja como evitar

Simulação traça comparativo de juros nos investimentos e nas dívidas; especialistas dão dicas para endividados

Dívida no cartão “rende” 5 vezes mais que Tesouro Selic; veja como evitar
Dívida no cartão de crédito tem o maior juros. (Foto: Envato)
  • O poder dos juros compostos, que tanto ajuda investidores a aumentarem os investimentos no mercado financeiro, também atua sobre as dívidas
  • Uma simulação mostra como os juros do cartão de crédito e empréstimos fazem as dívidas se multiplicarem depois de 12 meses
  • Especialistas dão dicas de como se organizar financeiramente para honrar os pagamentos e evitar que as dívidas escalem

O poder dos juros compostos, que tanto ajuda investidores a aumentarem os investimentos no mercado financeiro, também atua sobre as dívidas. Nesse caso, porém, fazendo os valores a pagar se multiplicarem. Uma pesquisa feita pela Paschoalotto, empresa de recuperação de crédito, mostrou que o valor médio da dívida dos brasileiros bateu R$ 1.361 ao final de 2023 – um débito que cresce exponencialmente mais do que um investimento no mesmo valor.

Antônio Sanches, analista da Rico, faz uma simulação para ilustrar essa diferença. Uma dívida deste montante com o cartão de crédito, cujo juro mensal é de 14,74%, se transformaria em um valor a pagar de R$ 7.086,57 ao final de 12 meses. Um número quase cinco vezes superior aos R$ 1.514 obtidos no mesmo período com uma aplicação no Tesouro Selic.

Nos mesmos 12 meses, um investimento de R$ 1.361 em um ativo 110% do CDI se transformaria em um saldo final de R$ 1.555,62. Uma dívida de mesmo valor no cheque especial, no entanto, saltaria para R$ 3.355,57.

Publicidade

Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Como quitar as dívidas?

A simulação da Rico mostra como, antes de se tornar um investidor, é preciso estar com as contas em dia. Um desafio para um número cada vez maior de brasileiros, mas que precisa ser levado à sério para quem valores atrasados a pagar. E é aí que entra a importância da educação financeira.

"Nada mais é do que aprender a lidar com o dinheiro de maneira equilibrada, pensando nos compromissos que temos e nas coisas que queremos construir ao longo da vida", afirma Marcela Gaiato Martins, especialista em educação financeira e diretora da Recovery, uma empresa de gestão de créditos inadimplentes. "Esse é o caminho para quitar dívidas, planejar conquistas, formar uma reserva financeira que nos proteja de imprevistos e, aos poucos, ir criando um patrimônio."

Para quem já está com o orçamento comprometido, algumas dicas podem ajudar – e que podem precisar ser tratadas como prioridade para evitar que os débitos escalem, como mostrou a simulação.

O primeiro passo, segundo Thiago Godoy, educador financeiro da Rico, é montar um orçamento mensal, que contenha todos os gastos e a renda fixa do mês. Junto com isso, é preciso pensar em controlar os gastos não essenciais. "Evitar gastar mais do que se pode pagar, fazer compra consciente, priorizar necessidade sobre desejo; tudo isso é muito importante", destaca.

E cuidado especial com instrumentos como cartões de crédito, cheque especial e empréstimo, que têm os juros bastante elevados no País. Por serem linha de créditos com taxas altas, é preciso ter cuidado para não utilizá-la como um hábito, explica Fernanda Melo, planejadora financeira CFP pela Planejar. "Caso o endividamento seja pelo uso recorrente destes instrumentos, a dica é tentar repensar o custo de vida, buscando novas formas de receita e privando-se de algumas despesas supérfluas durante um tempo, até reequilibrar as contas."

Publicidade

Esse planejamento financeiro entre receitas e gastos tem sua importância na rotina de todos, até de quem não está inadimplente. Mas para os que já têm dívidas a pagar, um outro ponto entra na jogada: mapear e organizar as obrigações financeira.

"A primeira coisa é fazer um levantamento detalhado das dívidas; saber o valor, a taxa de juros, o prazo de pagamento, quem é o credor de cada uma", orienta Godoy. "Feito isso, priorize o pagamento das que têm as taxas de juros mais altas, porque são essas que vão dar mais problema."

Em alguns casos, é possível negociar condições de pagamento mais favoráveis diretamente com os credores ou em saldos de dívidas oferecidos pelo governo ou instituições de crédito. O objetivo aqui é reduzir os juros ou o valor a ser pago, dado que não há condição para quitar a dívida integralmente.

"Junto a isso, criar um plano de pagamento, que seja realista com a sua condição, para definir as metas de quais dívidas vai pagar e quando. Buscar ajuda profissional também pode te ajudar a fazer um plano mais eficaz", diz o educador financeiro da Rico.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos