A Cogna (COGN3) registrou prejuízo líquido de R$ 397,3 milhões no quarto trimestre de 2023, 95% maior que o prejuízo de R$ 203,5 milhões do mesmo período de 2022. No acumulado do ano, o prejuízo foi de R$ 492,8 milhões, 6,8% menor que no ano anterior.
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Segundo a empresa, no último trimestre de 2023 houve o impacto pontual de ajustes de baixa de imposto de renda diferido no montante de R$ 434 milhões decorrentes de prejuízo fiscal e diferenças temporárias em empresas do grupo.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Cogna ao fim de dezembro avançou 81% em relação a igual intervalo de 2022, para R$ 534,5 milhões, com margem de 28%, aumento de 10,6 pontos porcentuais. Já o Ebitda recorrente ficou em R$ 551,9 milhões, 17,1% maior do o apurado um ano antes.
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No ano, o Ebitda somou R$ 1,791 bilhão, 35,8% maior que em 2022.
Segundo a Cogna, o resultado operacional apresentou um aumento de 15,2% no trimestre e de 17,7% no consolidado de 2023 em comparação aos mesmos períodos de 2022. Entretanto, conforme a empresa, foi realizada uma baixa de imposto de renda diferido no montante de R$ 434 milhões, sobre um prejuízo fiscal de uma empresa do grupo no quarto trimestre do ano passado.
“A companhia detém ativos fiscais diferidos, formados principalmente por Prejuízos Fiscais e Bases Negativas de Contribuição Social. Para efetivar a realização desses ativos, desenvolvemos um plano de reorganização societária detalhado, objetivando a otimização tributária através da maximização do aproveitamento dos prejuízos e da minimização da alíquota efetiva de tributação”, informou a Cogna.
Entre outubro e dezembro, a Cogna registrou receita líquida de R$ 1,908 bilhão, alta anual de 12,6%. Em 2023, a receita líquida totalizou R$ 5,895 bilhões, 15,8% acima de 2022. Já o resultado financeiro da companhia ficou negativo em R$ 253,6 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma redução de 1,9% em comparação ao mesmo intervalo de 2022.
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No quarto trimestre, a dívida líquida da empresa diminuiu R$ 30,1 milhões, ou 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, para R$ 3,277 bilhões. A alavancagem da Cogna, medida pela dívida líquida/Ebitda de 12 meses, reduziu para 1,83 vez. A companhia afirma que não precisa de novas captações para amortizar as dívidas até 31 de dezembro de 2024.
“Mesmo com os efeitos de M&A e a recompra de ações em Vasta no montante de R$ 40,1 milhões, a dívida líquida passou de R$ 3,332 bilhões para R$ 3,277 bilhões. Ao final do quarto trimestre de 2023, o total entre caixa e equivalente de caixa somou R$ 1,794 bilhão.
Esse valor é 15,7% inferior ao auferido ao final do quarto trimestre de 2022, devido ao pagamento de juros e amortizações das debêntures da Cogna entre os trimestres e a recompra de R$ 1,1 bilhão da debênture com vencimento em agosto de 2023 que estava sendo negociada no secundário abaixo do par”, diz a companhia.
Mais médicos
Com o objetivo de ampliar suas oportunidades de sucesso na criação de novos cursos dentro do programa do ‘Mais Médicos’ que, entre outras disposições, estabelece como critério de admissibilidade que cada mantenedora educacional pode submeter até duas propostas para novos cursos de medicina, a Cogna ajustou seu plano de reorganização societária.
Esse ajuste implicou no adiamento temporário de algumas incorporações e a consequente redução do ativo fiscal diferido. Importante ressaltar que essa redução tem natureza estritamente contábil, não afetando o direito à compensação fiscal em períodos futuros.
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“Caso as iniciativas para abertura de novos cursos não sejam bem-sucedidas, ou após a aprovação pelo Ministério da Educação (MEC) das novas vagas de medicina, a companhia retomará o plano original de reorganização, procedendo com as incorporações planejadas e a consequente constituição normal dos ativos fiscais diferidos”, informou a empresa.