O evento de halving do Bitcoin, que está marcado para 19 de abril, é um marco no mundo das criptomoedas, especialmente para os mineradores. Historicamente, esses halvings sempre nos trouxeram desafios, já que as recompensas que recebemos por verificar transações são cortadas pela metade.
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Esse mecanismo, embutido no algoritmo do Bitcoin, é projetado para controlar o fornecimento de Bitcoin, que tem um limite máximo de 21 milhões de moedas. Assim, depois de cada halving, os mineradores recebem 50% menos bitcoins.
Tive uma conversa com o diretor de uma grande exchange, que não quer se identificar, e discutimos quem pode sair ganhando e perdendo com o próximo halving.
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Ele destacou que os mineradores menos eficientes, especialmente aqueles com equipamentos mais antigos, lentos ou custos de eletricidade elevados, provavelmente enfrentarão dificuldades.
Por outro lado, empresas maiores com balanços sólidos e uma infraestrutura robusta estão em uma posição melhor para lidar com os efeitos do halving.
As grandes empresas de mineração estão focadas em se preparar para os diferentes cenários pós-halving. Destaco a importância de termos máquinas eficientes e de fazermos previsões detalhadas sobre os diferentes cenários de preço e taxa de hash.
A taxa de hash se refere ao poder computacional total usado para minerar Bitcoin. A lucratividade dos mineradores vai depender do preço do Bitcoin após o halving.
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Se o preço dobrar e a taxa de hash global também dobrar, a economia dos mineradores permanecerá a mesma.
Considerando os recentes movimentos de preço do Bitcoin, que chegou a uma máxima histórica de US$ 73.798 antes de recuar para o patamar de US$ 65.500, a lucratividade como mineradores flutua de acordo com a cotação, claro.
Se era possível manter um negócio lucrativo quando o Bitcoin estava em U$ 15.000, os mineradores poderão fazer isso mesmo com metade dos bitcoins minerados a US$ 70.000.
Além do impacto nos mineradores, o crescimento dos fundos negociados em bolsa (ETFs) do Bitcoin é algo notável. Os ativos gerenciados por esses ETFs atingiram valor de mercado de US$ 58 bilhões desde o início das negociações, em 11 de janeiro. Esse crescimento supera os ETFs de ouro baseados em local físico e levaram apenas 57 dias para ultrapassar US$ 50 bilhões em ativos sob gestão (AUM). Os ETFs de ouro demoraram mais de cinco anos para chegar a esse valor.
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O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior ETF de Bitcoin baseado em local físico por ativos, gerenciava mais de US$ 28 bilhões antes de sua conversão de um fundo fechado para um ETF.
A volatilidade contínua no preço do Bitcoin, juntamente com a queda na última semana, destaca a natureza dinâmica do mercado de criptomoedas. Enquanto o Bitcoin caiu 13,7% na última semana, o Ethereum caiu 20%.
Essas flutuações mostram o quão importante é a adaptabilidade e o planejamento estratégico tanto para os mineradores, quanto para os investidores no espaço das criptomoedas.
Em suma, o próximo halving do Bitcoin nos traz desafios, especialmente para os mineradores menos eficientes, enquanto empresas maiores com infraestrutura robusta estão mais bem posicionadas para se adaptar. A lucratividade depende de diversos fatores, incluindo o preço do Bitcoin após o halving.
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