Nas empresas estatais da América Latina, a possibilidade de mudanças frequentes em cargos executivos pode torná-las mais imprevisíveis no desempenho financeiro, planejamento estratégico e nas operações diárias, avalia a Moody’s, em relatório.
Leia também
Segundo a agência de classificação de risco, alterações nas prioridades do governo, crescentes tensões sociais e polarização política “aumentam os riscos desencadeados por mudanças políticas para as empresas estatais”. Isso porque essas companhias podem ser forçadas a modificar o modelo de negócios, o que poderia enfraquecer as metas financeiras, na opinião da Moody’s.
Sobre a Petrobras (PETR3; PETR4), a agência indica que as mudanças no governo “colocarão em risco a qualidade do perfil de crédito” da petroleira, caso a empresa seja utilizada para “cobrir déficits fiscais, controlar os preços dos combustíveis e a inflação”. No entanto, ressalta, as alterações feitas pelo governo Lula na “equipe executiva, diretoria e estratégias financeiras e de investimento não alteraram significativamente a qualidade de crédito” da estatal.
Vale e Eletrobras
O relatório da Moody’s cita, ainda, as tentativas de interferência do governo em empresas privadas, como Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET3; ELET6). Na mineradora, recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para substituir o atual presidente Eduardo Bartolomeo. Já na empresa de energia, o governo contesta no STF a constitucionalidade de sua restrição de voto, limitado a 10% na diretoria.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos