O BTG Pactual (BPAC11) passou a recomendar que os investidores fiquem comprados nas ações dos grandes bancos brasileiros, e vendidos nos papéis das instituições mexicanas. De acordo com os analistas do banco, a diferença de desempenho entre os dois grupos de ações, desfavorável aos bancos do Brasil até aqui, parece alta, e existe espaço para que esse diferencial se reduza.
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“O México ainda parece ser um ‘comprar e manter’ mais claro e com menos ruídos, e nossas recomendações estão intactas. Mas o pior desempenho dos bancos brasileiros parece ter passado do ponto”, afirma o analista Eduardo Rosman. Ele diz que o PIB nominal do México, em dólares, só ultrapassou o do Brasil neste momento, o que considera que não faz sentido dado o tamanho de cada população.
Outro ponto que pode favorecer as ações dos bancos brasileiros é a euforia dos investidores internacionais com o avanço do Nubank (ROXO34) no México. De acordo com o BTG, isso pode trazer preocupações aos investidores de bancos mexicanos, penalizando as ações destas instituições no curto prazo.
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Em outubro do ano passado, o BTG estabeleceu a recomendação de comprar as ações de bancos mexicanos e vender as dos brasileiros, posição essa que foi “fechada” em janeiro deste ano. O ganho neste período de três meses foi de 18%, de acordo com a casa, e teria chegado a 30% caso a recomendação fosse mantida até agora.
Desde janeiro, de acordo com Rosman, os papéis do mexicano Banorte sobem 10% em dólar, mesmo com resultados do quarto trimestre de 2023 considerados mistos pela casa. Os números do Itaú Unibanco (ITUB4) foram melhores, na visão dele, mas os papéis do banco caem 1% em dólar, ou seja, têm desempenho 11% pior que o do par mexicano. Entre os brasileiros, Bradesco e Santander Brasil caíram 7% e 5%, respectivamente, e as ações do Banco do Brasil ficaram estáveis.
Neste mesmo período, os papéis do Nubank, listados na Bolsa de Nova York, subiram 45%, graças a um forte quarto trimestre, à percepção de melhoria no ciclo de crédito no Brasil e também de que a operação do México, que tem grau de maturidade menor que o da brasileira, tende a ter forte crescimento nos próximos anos.