Seguindo a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de março, o Bank of America (BofA) agora espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) comece a cortar juros em dezembro, com apenas uma redução de taxas em 2024. Em relatório, o banco afirma que já não pensa que os dirigentes ganharão a confiança necessária para começar a cortar juros em junho. “Continuamos esperando que o Fed reduza quatro vezes (ou 100 pontos base) em 2025 e duas vezes (50 pontos base) em 2026”, projeta.
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“Acreditamos que os dados de atividade e inflação também apontam para uma taxa terminal mais elevada. Quer se trate do aumento da força de trabalho que empurra temporariamente o crescimento potencial para cima, da inflação mais elevada que leva o Fed a manter uma política mais restritiva na margem, ou de grandes déficits fiscais que ajudam a alimentar a expansão, pensamos que a resposta é reduzir o número de cortes”, afirma o BofA. Como resultado, o banco aumentou sua taxa terminal de 2026 em 50 pontos base, para 3,5-3,75%.
Mais surpresas de alta para a inflação poderão levar a cortes somente em 2025, alerta, lembrando que um risco importante a este respeito é que a inflação imobiliária continue extremamente rígida. “Continuamos a considerar que as subidas das taxas são pouco prováveis, especialmente porque a resposta do mercado à inflação de março sugere que as condições financeiras serão ainda mais restritivas se forem aplicados mais cortes” afirma o BofA. “Reconhecemos que as eleições americanas e as mudanças políticas subsequentes poderão afetar a trajetória da política monetária. A incerteza sobre a trajetória do Fed em 2025 permanece elevada”, pontua o banco.
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“Mantemos a nossa opinião de que o Fed implementa a redução gradual do balanço na reunião de maio”, aponta o BofA. As atas da reunião de março do FOMC praticamente confirmaram a nossa opinião de que o Fed reduzirá para metade os limites mensais do escoamento dos Treasuries quando começar a reduzir o quantitative tightening (QT), afirma. “Também esperamos que o QT termine no final do ano. O risco para a nossa decisão está no sentido de um início mais tardio e de uma duração mais longa do escoamento”, conclui.