Fora do índice Bovespa, Gol (GOLL4) cai 6,67% às 16h16 desta quarta-feira (24) e registra mais de 3 mil negociações. Há pouco, a Latam recuou de negociações para assumir contratos de leasing da Gol relacionados a aeronaves Boeing 737.
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“Faz sentido a notícia estar pressionando o papel, mas a Gol tem sido penalizada por diversas notícias e está sensível”, disse o analista da Ajax Asset, Gabriel Simon.
A companhia chilena atribuiu o passo atrás à falta de interesse de credores da Gol em meio ao processo de recuperação judicial da aérea nos Estados Unidos. No setor, Azul (AZUL4) recua 3,12% e figura entre as maiores quedas do Ibovespa, enquanto o índice cai 0,23%, aos 124.854,45 pontos.
Relembre o caso
A Latam enviou uma carta aos credores da Gol no dia 1º de março, demonstrando o interesse em assumir os contratos de leasing dos aviões Boeing 737 de corredor único da companhia aérea brasileira. A manifestação de interesse ocorreu um pouco mais de um mês após a Gol entrar com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11, no final de janeiro.
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A Latam argumenta que a aquisição seria boa para as diversas partes envolvidas, incluindo os passageiros brasileiros. Para os lessores, as empresas que fazem o leasing dos aviões, os maiores credores da Gol, seria uma chance de assegurar pagamentos futuros.
A aquisição dos contratos de leasing das aeronaves também minimizaria o risco de deságio em dívidas, argumentam os advogados da Latam, como é comum acontecer em processos de recuperação judicial, como o Chapter 11.
Outro ponto positivo seria a retenção das aeronaves de corredor único no Brasil, escassas no mercado mundial, o que pode beneficiar os viajantes brasileiros, argumenta o texto. Um dos riscos é que as empresas de leasing detentoras dessas aeronaves queiram retirar estes aviões do mercado brasileiro caso não haja os devidos pagamentos pela Gol.
Na curta carta da Latam ao credores da Gol, anexada ao documento do juiz, a empresa aérea explica que há uma escassez de aeronaves de corredor único no mercado, por isso sua intenção de comprar as da Gol. Os advogados da Latam pedem uma conversa com os credores, o que aconteceu no último dia 21 de março.
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Na reunião, com os credores, ao invés de avançar em possíveis negociações, a Latam explica que a conversa tomou um rumo diferente. A Seabury, que está assessorando os credores no processo de reestruturação das dívidas, argumentou que eles não podem fazer esse tipo de operação e sugeriu que a Latam ficasse de olho nos desdobramentos do caso em Nova York. Procurada, a Latam não se manifestou.