Apesar do feriado do Dia do Trabalho na quarta-feira (1º), quando os mercados brasileiros estarão fechados, os investidores não terão tempo para descansar em meio à agenda econômica farta desta semana, como a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a entrevista do seu presidente, Jerome Powell, programados para quarta-feira.
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Outros destaques são os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) da China, inflação ao consumidor na Zona do Euro, Alemanha e a divulgação do relatório de empregos dos EUA, o payroll.
Por aqui, nesta segunda-feira (29), saem os dados do Governo Central, juntamente com a palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, além da publicação do relatório de produção e vendas da Petrobras (PETR3; PETR4) no 1º trimestre de 2024.
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Ainda, nos dias seguintes, saem os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), transações correntes, IDP, produção industrial e resultados trimestrais do Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11).
Casas Bahia (BHIA3)
A Casas Bahia entrou com pedido de recuperação extrajudicial para dívidas que somam R$ 4,1 bilhões. O pedido já é pré-acordado com os principais credores, que detêm 54,5% dos débitos e, portanto, deve ser aplicado também aos demais credores pulverizados, dentre eles, pessoas físicas.
O montante renegociado, que envolve a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures (Título de dívidas emitido por empresa para uso dos recursos em projetos específicos), tinha custo médio de CDI +2,7% e prazo de 22 meses. Agora, o custo está em CDI + 1,2%, em um prazo de 72 meses.
Nos cálculos da empresa, o novo perfil da dívida preserva R$ 4,3 bilhões de caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão somente em 2024. Como contrapartida, os principais bancos credores ganham o dinheiro de converter 63% dos valores que lhes são devidos em ações da varejista. Haverá uma teleconferência para comentar a decisão, às 9h.
A crise da empresa, prejudicada também pela alta da Selic, já parecia clara em agosto do ano passado, quando suas ações caíram cerca de 60%, sobretudo após um follow on (nova emissão de ações) mal-sucedido. A empresa buscava levantar R$ 1,1 bilhão, mas conseguiu apenas R$ 623 milhões, com um desconto de 28% no preço das ações em relação ao dia anterior.
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Na avaliação da Genial Investimentos, o pregão desta segunda-feira (29) pode trazer uma pressão negativa ao papel, com o mercado acompanhando o risco de diluição dos acionistas no cenário onde os credores optem pela conversão da dívida em equity (termo muito amplo no mercado financeiro, mas em geral se refere ao patrimônio líquido de uma companhia ou uma participação societária nela). “Contudo, entendemos que este plano é, sem dúvidas, um evento positivo para a companhia, uma vez que endereça os problemas relacionados ao alto custo de dívida da companhia”, pondera.
Na mesma linha, a XP enxerga o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais. “Ainda assim, enxergamos a possível diluição ligada à conversão das dívidas em ação; e a reação dos consumidores ao anúncio como riscos a monitorar”, afirma.
Vale (VALE3)
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale registram alta de 0,65% no pré-mercado de Nova York, mas as ações podem ficar um tanto voláteis com a queda do minério de ferro e após notícia de que a BHP considera melhorar oferta pela Anglo American. Na semana passada, a Vale chegou a perder R$ 6 bilhões em valor de mercado após resultados do primeiro trimestre de 2024 e com receio de que a competição no setor aumentasse.
Eletrobras (ELET3;ELET6)
A Eletrobras confirmou o pagamento de dividendos no valor de R$ 1,296 bilhão, conforme antecipou o Broadcast Energia em março, a R$ 0,40 para ação ON; R$ 1,82 para PNB e R$ 2,43 para PNA. As ações passam a ser negociadas como “ex-dividendos” a partir desta segunda-feira.
Hypera (HYPE3)
A Hypera registrou lucro líquido das operações continuadas (ajustado) de R$ 391,5 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 15,4% ante igual período do ano passado. Já o lucro líquido somou R$ 388,9 milhões, alta de 14,6%.
O Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) das operações continuadas foi de R$ 647,8 milhões, aumento de 10,2%. Para o Citi, os resultados foram mornos e a reação do mercado deve ser moderada, com possíveis sinais, na teleconferência, sobre as tendências de vendas em abril dando o tom.
Cosan (CSAN3)
A Cosan divulgou na noite de sexta-feira (26), o desempenho financeiro referente ao quarto trimestre de 2023 e o consolidado do ano, um mês após ter publicado os números não auditados, em função da troca da empresa responsável pela auditoria, que voltou a ser feita pela Ernst Young, ante a BDO. De outubro a dezembro, a Cosan reportou lucro líquido de R$ 2,362 bilhões, ante R$ 806 milhões sobre mesmo período de 2022, crescimento de 193% na base anual. O Ebitda foi de R$ 2,630 bilhões, alta de 100% em relação a 2022.
Braskem (BRKM5)
As vendas dos principais produtos químicos da Braskem no mercado brasileiro caíram 5% no primeiro trimestre ante igual período de 2023. As exportações foram 9% menores, segundo relatório de produção e vendas do período.
O Citi considera que os resultados operacionais refletem o fraco mercado internacional de petroquímicos, mas o banco espera que a Braskem registre números maiores em relação à 2023, implicando um Ebitda de US$ 234 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta trimestral de 11% e anual de 15%.
Allos (ALOS3)
A Allos confirmou tratativas para comprar metade do shopping Riosul, no Rio de Janeiro. A transação deve girar de R$ 1,2 bilhão e R$ 1,2 bilhão. A informação foi antecipada pela Coluna do Broadcast. Do outro lado da mesa está a multinacional canadense Brookfield, que detém 54% de participação no shopping.
Azul (AZUL4)
A Azul receberá 13 aeronaves 195-E2 da Embraer até o fim do ano. Os aviões que irão passar a compor a frota da aérea representam mais de R$ 3 bilhões em investimentos. A Azul é a única aérea brasileira a comprar aeronaves da Embraer.
Equatorial (EQTL3)
A Equatorial Energia informou que a usina fotovoltaica (UFV) Ribeiro Gonçalves, no Piauí, foi energizada na quarta-feira (24) e tem a sua entrada em operação comercial prevista para maio deste ano. O complexo conta com 460 mil painéis solares e capacidade instalada para gerar até 283 MWp de energia.
CPFL (CPFE3)
Os acionistas da CPFL Energia aprovaram em assembleia a cisão parcial da CPFL Geração, com a separação de cinco ativos de transmissão, que passarão a ser detidos diretamente pela CPFL Transmissão. O objetivo é o aumento de eficiência na estrutura societária e operacional e redução de custos e despesas. A CPFL também informou a distribuição de R$ 3.173.281.759,85 em dividendos, equivalentes a R$ 2,753976596 por ação ordinária de emissão da companhia. A partir desta segunda-feira (29), as ações serão negociadas “ex-dividendos”.
Banco do Brasil (BBAS3)
A assembleia geral ordinária (AGO) do Banco do Brasil concedeu reajuste de 4,62% aos membros da diretoria do banco. O montante global que o BB poderá destinar à remuneração dos administradores será de R$ 76,2 milhões, mais de 19% abaixo do que o banco havia proposto, de R$ 94,5 milhões. O total fixado seguiu orientação do acionista controlador.
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O Banco do Brasil espera também receber R$ 3 bilhões em propostas durante a 29ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Em nota antecipada ao Broadcast, o banco disse que a estimativa é a maior já registrada pelo BB para uma feira agro. Para a edição deste ano, o banco vem realizando ações negociais há cerca de um mês, com a organização de 320 eventos pré-feira. “Ao todo, cerca de 100 funcionários do Banco do Brasil estarão mobilizados para atuar no atendimento aos clientes ou junto dos estandes das revendas”, contou.
GPA (PCAR3)
A SPX Gestão de Recursos elevou sua participação para 9,85% do total de ações ordinárias emitidas pelo GPA, após a aquisição de 48.300.484 papéis.
Comerc (COMR3)
A Comerc Energia está captando R$ 2 bilhões em debêntures, em duas ofertas, uma de R$ 1,4 bilhão e outra de R$ 600 milhões, as duas perto de serem concluídas. Na última sexta-feira (26), foi coletado as intenções dos investidores sobre as taxas, conforme comunicado do grupo à CVM.