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Moedas globais: dólar avança, impulsionado por falas de dirigentes do Fed

Já o euro recuou, puxado pelas perspectivas de corte de juros pelo Banco Central Europeu

Moedas globais: dólar avança, impulsionado por falas de dirigentes do Fed
Dólar é a principal moeda do comércio exterior. (Foto: Envato Elements)

O dólar subiu nesta quarta-feira (8), em meio a declarações de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), enquanto o euro recuou, com mais um dirigente reafirmando que o Banco Central Europeu (BCE) pode cortar juros mais adiante. Além disso, a redução na taxa básica pelo Banco Central da Suécia foi lida como uma mostra das divergências entre as políticas monetárias pelo mundo, com o quadro mais forte nos Estados Unidos fazendo o Federal Reserve não ter pressa em relaxar sua postura.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 155,65 ienes, o euro recuava a US$ 1,0748 e a libra tinha baixa a US$ 1,2498. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,13%, a 105,546 pontos.

Entre dirigentes do Fed, Susan Collins, presidente da distrital de Boston, considerou que o nível de juros atual é “moderadamente restritivo”. Segundo ela, é preciso cautela ante riscos de cortar cedo demais, enquanto a inflação persistente sugere que pode demorar mais que o antes esperado para levá-la à meta de 2%. Já a diretora Lisa Cook afirmou que monitora a inadimplência em empréstimos para automóveis e dívidas de cartão de crédito, sem entrar diretamente na política monetária em seu discurso.

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Na Europa, o BC sueco cortou a taxa básica, de 4,00% a 3,75%, na primeira redução em mais de oito anos. O Riksbank, como é conhecido, disse hoje em seu comunicado que pode cortar juros mais duas vezes no segundo semestre. O Citi recordava que se trata do segundo BC entre os países desenvolvidos a cortar juros, após o da Suíça. Para o banco, caso a inflação e a atividade sigam fortes nos EUA, o crescente diferencial de juros entre o país e os demais seria outro fator a “encorajar o Fed a seguir a tendência global de cortar juros”.

Já o BBH destacava que a recuperação do dólar continuava, e via o corte do Riksbank como uma ilustração das divergências nas políticas monetárias pelo mundo, com o Fed ainda mais cauteloso. No horário citado, o dólar subia a 10,9134 coroas suecas.

A libra, por sua vez, caiu na véspera de decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Há ampla expectativa de manutenção dos juros nesta quinta-feira, e analistas ponderam se o BC britânico pode sinalizar que o ciclo de relaxamento está próximo.
Entre dirigentes do BCE, Pierre Wunsch disse ver uma rota pela qual é possível começar a cortar juros neste ano na zona do euro.

Durante discurso em Frankfurt, ele também citou a incerteza no câmbio e o risco de “importar inflação”. Segundo Wunsch, o processo de relaxamento monetário pode não ser sincrônico como foi o ciclo de aperto mais recente, o que pode levar a efeitos significativos no câmbio dólar-euro, advertiu.

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Na Ásia, o presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, afirmou que um aumento antecipado nos juros seria uma possibilidade, caso a inflação suba a um ritmo mais rápido que o projetado pelo banco central. Caso os preços subam como esperado, a intenção é aumentar os juros de modo gradual, disse também Ueda.

No horário citado, o dólar ainda recuava a 16,9139 pesos mexicanos. Em relatório, a Capital Economics alertava para a piora no quadro fiscal do México, com mais gastos do governo Andrés Manuel López Obrador em ano eleitoral. A favorita na disputa, a governista Claudia Sheinbaum, tem sido vaga em seus planos fiscais, considera a consultoria, para quem “algum aperto fiscal nos próximos anos é provável”.

A Capital nota que o risco fiscal no México é bem menor comparado a outros países da região, como Argentina ou Equador, mas vê “motivos para se preocupar”. Ela espera algum aperto fiscal nos próximos anos, contudo não acredita que ele será suficiente para estabilizar a relação entre dívida e PIB, ao projetar que no próximo ciclo presidencial a dívida avance a 55% do PIB (de 46,8% no fim de 2023.

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