O Santander cortou as suas estimativas de preço-alvo para o Ibovespa de 160 mil pontos para 145 mil pontos, mostra relatório enviadoà imprensa nesta segunda-feira (20).
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A nova expectativa reflete uma potencial alta de 13,14% na comparação com o fechamento de sexta-feira (17), quando o Ibovespa encerrou o pregão em 128.150,71 pontos.
O corte no preço-alvo da Bolsa ocorre após os números da economia americana não virem como o esperado pelo banco. Na visão da equipe comandada por Aline Cardoso, chefe de pesquisa e estratégia de ações do Santander, os dados recentes sugerem que a inflação nos EUA pode não desacelerar ao longo deste ano, o que poderá afetar os planos do Federal Reserve (FED) de reduzir as taxas em 2024.
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No fim de 2023, a maioria do mercado estimava que o banco central americano começaria o corte de juros em março. Essa perspectiva foi prorrogada para junho e agora o Santander só estima que o corte de juros nos EUA se inicie no quarto trimestre de 2024. “Prevemos uma política monetária relativamente restritiva, o que implica que as taxas de crescimento do emprego e da inflação irão abrandar significativamente no segundo semestre do ano. Por causa disso, o corte de juros deve começar ainda este ano”, diz o texto.
Com os juros nos EUA em um patamar mais elevado que o esperado, os especialistas apontam que a renda variável no Brasil tende a receber um fluxo de capital menor que o esperado no começo do ano. Segundo os analistas, esse seria um fator para o Ibovespa encerrar o ano em 145 mil pontos e não mais em 160 mil pontos.
Por outro lado, os analistas comentam que os fundamentos no Brasil estão positivos. A instituição financeira estima que o PIB brasileiro deve crescer 2% e que o mercado de trabalho no Brasil está robusto.
Eles ressaltam que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) surpreendeu ao cortar os juros em apenas 0,25 ponto porcentual em vez de 0,5 ponto porcentual. Ainda assim, os especialistas estimam que a Selic deve encerrar 2024 em 9,75% ao ano, o que será positivo para o mercado de ações. Mesmo com a premissa de alta de 13% para o Ibovespa até o fim do ano, o Santander diz acreditar que o investidor pode encontrar alguns riscos.
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No cenário internacional, o risco seria de um não arrefecimento da inflação nos EUA, que poderia levar o Fed a praticar um aperto monetário ainda mais rigoroso.
“No Brasil vemos riscos como piora no cenário fiscal com uma postura do governo mais expansionista dos gastos, o que causaria uma perda mais ampla de credibilidade no processo de consolidação e ancoragem fiscal, elevando a deterioração das condições financeiras”, explicam os analistas.