Os gestores de fundos imobiliários (FIIs) têm buscado formas de lidar com a cobrança por informações de investidores considerados “muito apaixonados” e com os ruídos provocados por influenciadores “barulhentos”. A avaliação foi feita durante painel no FII Experience, evento promovido pela Suno, na manhã desta terça-feira (21), em São Paulo.
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“A dor do investidor é sentir que há algo grave acontecendo e que ele não foi informado. Mas ele não precisa saber tudo que acontece em cada papel, há fundos com centenas de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários)”, diz Flávio Cagno, sócio e gestor de fundos imobiliários de CRI da Kinea Investimentos. Para ele, cabe ao gestor oferecer transparência nos relatórios e selecionar o que é relevante reportar ao cotista.
Porém, por ser “apaixonado” por essa indústria, o investidor acaba buscando outras fontes de informação, como os influenciadores do mercado financeiro, pontua Rodrigo Possenti, líder de fundos imobiliários na Fator Gestão de Recursos. “Mas os formadores de opinião geram bastante barulho e tornam o conhecimento menos sóbrio”, afirma o executivo.
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Cagno, da Kinea, pondera que esse “embate ou debate” é natural na jornada de fundos “tão públicos”. “O que tentamos fazer é filtrar a emoção com uma área de relacionamento com os investidores. Nós gestores somos um pouco mais blindados para responder com discernimento. Tentamos fazer autocrítica do que faz sentido e do que é bravata, além da tentativa de uma comunicação mais eficiente com o investidor”, afirma. Ele diz que vídeos, lives e os próprios relatórios de gestão já evoluíram nessa área, “mas podem evoluir mais”.
Na Iridium Gestão de Recursos, a premissa de ser mais “low profile” precisou ser revista para responder proativamente aos ruídos que foram aparecendo, segundo o portfolio manager Yannick Bergamo. “Às vezes chegava um assessor de investimento ou outro profissional da área falando que viu um vídeo e questionando, então começamos a nos expor mais”, conta. Para Bergamo, como os influenciadores por vezes “colocam dúvidas para os investidores sobre a idoneidade da gestora”, é preciso desenvolver a frente comunicacional.