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Criptomoedas

O que o investidor ganha com ether e bitcoin na bolsa americana?

EFTs da segunda criptomoeda mais negociada do mundo devem ser lançadas até o fim de junho, segundo a Bloomberg

O que o investidor ganha com ether e bitcoin na bolsa americana?
O ETH é a segunda maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Envato Elements)
  • Com a expectativa de atingir seu recorde histórico até o final de junho, juntamente com as perspectivas de futuros cortes por parte do BC americano, o ether recuperou forças nesta semana, acompanhado pelo bitcoin
  • A criptomoeda poderá superar seu recorde histórico de US$ 4.870, estabelecido em novembro de 2021, assim que as negociações se iniciarem

O ano de 2024 entrará para a história como o marco em que o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH)  as duas principais criptomoedas do mundo, foram oficialmente listadas na Bolsa de Valores norte-americana, solidificando ainda mais sua presença no cenário institucional.

Em meio à volatilidade desencadeada pela postura resiliente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em relação às taxas de juros, a aprovação dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de ETH tem gerado uma onda de euforia entre os investidores.

Com a expectativa de atingir seu recorde histórico nos próximos meses, juntamente com as perspectivas de futuros cortes por parte do BC americano, ether conseguiu avançar 59,87% no acumulado de 2024 e 23,5% nos últimos 30 dias.

Apesar da aprovação de oito ETFs pela Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), a segunda criptomoeda mais negociada globalmente ainda aguarda seu lançamento no mercado. Gestoras renomadas como VanEck, Ark Invest/21 iShares, Invesco, Fidelity, BlackRock, Franklin Templeton, Grayscale e Bitwise estão na expectativa da avaliação do Registro S-1, um passo necessário antes de uma oferta pública inicial (IPO) no país.

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O analista de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, compartilhou em sua conta na rede social “X” em 29 de maio que os fundos de Ether têm uma “possibilidade legítima” de serem lançados até o final de junho. Caso se concretize, a criptomoeda poderá superar seu recorde histórico de US$ 4.870, estabelecido em novembro de 2021, assim que as negociações se iniciarem.

De acordo com Julio Andreoli, especialista em criptomoedas do Bitybank, ETH deve estar presente na carteira de investimentos em criptomoedas. “O ethereum, por ser é considerado a ‘internet’ do universo cripto, atraiu uma comunidade muito grande e está no centro da maioria das inovações, possuindo um risco menor comparada as outras criptomoedas”, diz.

Andreoli argumenta que investir exclusivamente em Bitcoin, por exemplo, expõe o investidor a todos os riscos específicos dessa única moeda, enquanto ETH possui um mercado (Total Addressable Market) maior devido à sua versatilidade, além de ter o potencial de se tornar a principal criptomoeda nos próximos anos.

Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, ressalta que, embora o Ether tenha tido um desempenho inferior no acumulado do ano, sua perspectiva de longo prazo permanece sólida. Ele acredita no potencial de surpreender positivamente no final do ciclo, destacando os fortes impulsionadores de demanda persistente em cripto e as vantagens únicas em seu roadmap.

Plein espera um aumento significativo na negociação da criptomoeda após a aprovação dos fundos da criptomoeda, demonstrando entusiasmo pelo rumo das negociações e as inovações no sistema financeiro que devem surgir como resultado desse processo.

Já Beto Fernandes, analista da Foxbit, a aprovação dos ETFs ocorreu em um momento crucial, em que a SEC estava investigando a Ether como um valor mobiliário, o que poderia causar complicações para sua negociação. “A concessão desses fundos sinaliza que essa classe de ativos veio para ficar, colocando pressão sobre os reguladores para se adaptarem à nova realidade”, afirma.

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Este ano, marcado pela eleição presidencial nos Estados Unidos, atrai grande interesse de importantes players para investir em ETH. Assim, a abertura da porta para os ETFs desta criptomoeda indica uma mudança de paradigma, tornando a discussão sobre o lançamento de outras criptomoedas não apenas uma possibilidade, mas uma realidade iminente.

Esse panorama contrasta com a experiência do Bitcoin, que aconteceu em janeiro deste ano, onde a aprovação dos fundos na Bolsa foi mais direta e a negociação começou rapidamente. No entanto, a repetição desse movimento especulativo e a adesão ao produto não são descartadas, dada a magnitude da Ether no mercado das criptomoedas.

As diferenças entre ethereum e bitcoin

Embora ambos sejam ativos digitais baseados na tecnologia blockchain e compartilhem o princípio da descentralização, o bitcoin e ethereum têm objetivos diferentes e características únicas que os distinguem. Enquanto o BTC é muitas vezes comparado ao ouro digital, desempenhando o papel de reserva de valor, a ETH se destaca como uma plataforma para aplicações descentralizadas e contratos inteligentes.

Essas diferenças se refletem também em seus mecanismos de consenso. O BTC utiliza o Proof of Work (PoW, “Prova de Trabalho” em português), exigindo que os mineradores resolvam problemas complexos e consumam uma quantidade significativa de energia para criar novas moedas. Por outro lado, o Ethereum está em transição para o Proof of Stake (PoS, “Prova de Participação” em português), onde validadores mantêm uma quantidade de criptomoeda para validar transações, tornando o processo mais eficiente e ecologicamente sustentável.

A rede Ethereum emergiu como a principal plataforma para o desenvolvimento de aplicativos descentralizados, contratos inteligentes e transações envolvendo o ether e outros tokens. Essa plataforma é fundamental para a existência de uma variedade de inovações, incluindo NFTs, stablecoins, ativos tokenizados, jogos “play-to-earn” e o crescente setor de Finanças Descentralizadas (DeFi).

É crucial distinguir entre Ethereum (a rede) e ether (a moeda). Enquanto a rede serve como uma infraestrutura descentralizada para diversas finalidades, o ETH é a moeda necessária para alimentar todas essas aplicações.

Por sua vez, o bitcoin foi concebido como uma forma de dinheiro digital descentralizado, funcionando como reserva de valor e meio de transferência de valor sem a necessidade de intermediários, como bancos. O BTC é amplamente considerado uma reserva de valor, uma hedge contra a inflação, valorizado ao longo do tempo.

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Instituições financeiras de renome e até mesmo países já incorporaram o BTC em suas reservas, reconhecendo seu potencial como ativo seguro em um mundo cada vez mais digitalizado.

Como o investidor em cripto deve se posicionar?

Renato Duarte, especialista em investimentos do Grupo Fractal, expressa uma empolgação cautelosa em relação à aprovação dos ETFs de ethereum, destacando semelhanças com o impacto observado com os ETFs de bitcoin. Para Duarte, é comum que o preço dos ativos se valorize inicialmente com a notícia e o entusiasmo do mercado.

No entanto, entre a aprovação dos ETFs e sua disponibilidade para investidores institucionais, existem diversos passos a serem seguidos. Este processo inclui a preparação das estruturas necessárias, a configuração da infraestrutura de custódia e a educação dos investidores, garantindo que o ativo esteja pronto para ser oferecido nas principais instituições financeiras. Esta transição cuidadosa é fundamental para assegurar que investidores, especialmente aqueles sem um conhecimento técnico profundo, possam investir com segurança.

Diante da recente aprovação dos ETFs de ethereum, Duarte recomenda cautela aos investidores. Como observado anteriormente com os ETFs de bitcoin, o mercado pode experimentar uma valorização inicial impulsionada por notícias e otimismo.

Portanto, os investidores devem considerar a diversificação e uma análise de longo prazo, aproveitando as oportunidades oferecidas tanto pelo BTC, como uma reserva de valor estabelecida, quanto pelo ether, com seu potencial de crescimento e inovação no setor de contratos inteligentes e tokenização de ativos.

Uma estratégia sugerida por Duarte é o uso do Dollar-Cost Averaging (DCA), que envolve fazer aportes em intervalos de tempo pré-determinados de forma estratégica. Essa abordagem ajuda a mitigar a volatilidade do mercado, permitindo que o investidor compre mais unidades de criptoativos quando os preços estão baixos e menos unidades quando os preços estão altos, equilibrando assim o custo médio de aquisição ao longo do tempo.

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