As ações da Sabesp (SBSP3) podem subir até 36,6% em dois anos após a privatização, estimam os analistas da Genial Investimentos em relatório publicado nesta última quarta-feira (5). A corretora calcula que a ação da Sabesp pode encerrar 2026 entre R$ 86,20 e R$ 106,60. Na comparação com o fechamento de quarta-feira (5), quando a ação encerrou a R$ 78,01, a estimativa base é de uma alta de 10,49%, enquanto a mais otimista é a alta de 36,6%.
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As estimativas dos especialistas foram atualizadas após o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED), em conjunto com o Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas (CGPPP), deliberar a venda dos papéis da Sabesp via oferta pública de ações da companhia. A decisão do governo do Estado foi divulgada na última segunda-feira (3).
O Estado de São Paulo deverá manter pelo menos 18% de participação da empresa e confirmação de oferta de ações 100% secundária. Outro ponto é que a oferta envolverá obrigatoriamente a entrada de um grupo de controle a um investidor de referência com uma participação de até 15% desse grupo. O grupo vencedor será proibido de vender as ações até dezembro de 2029, momento este em que a fase mais pesada de investimentos já deverá estar próxima ao seu final.
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“Achamos essa medida interessante por dar uma cara ao controle da nova empresa. Diversos grupos manifestaram interesse em participar dessa privatização, sendo muito precoce cravar um grande vencedor — que imaginamos que vá se materializar via consórcio”, dizem Vitor Sousa e Israel Rodrigues, que assinam o relatório da Genial.
Os analistas também destacam outro ponto positivo, como o fato de o acionista de referência não poder concorrer com a Sabesp via outros veículos dentro do estado de São Paulo. Fora do estado de São Paulo, a empresa só poderá concorrer em municípios com mais de 50 mil habitantes depois da aprovação do conselho de administração.
Outra questão é a composição do conselho de administração, que será de três membros independentes, três membros indicados pelo governo de São Paulo e três membros indicados pelo acionista de referência, cujo também indicará o CEO da empresa. A Genial também vê esse evento positivo por não implementar o “polêmico voting right”.
O voting right limita normalmente os votos do Estado a despeito da quantidade de ações dentro da composição da empresa. Ou seja, é possível o governo ter 49% das ações, mas ter direito a voto de apenas 25% da base acionária. A medida é usada para limitar o controle do Estado sobre a companhia, mas já gerou muita polêmica com a entrada de governos contra privatizações no poder. Sem a medida, a venda da Sabesp fica menos questionável para a visão de governos desenvolvimentistas.
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A equipe de Genial diz que as informações divulgadas foram positivas, ainda que não acrescentem necessariamente algo novo ao que já foi discutido nos últimos meses. Os analistas dizem acreditar que a ação tem um potencial de alta expressiva em relação ao atual preço de mercado, isso ocorre porque na visão dos analistas a empresa é negociada a múltiplos atrativos.
“Vemos o exemplo da Equatorial (EQTL3), cujo valor de mercado se multiplicou em mais de 20 vezes nos últimos 10 anos, como um exemplo de boa privatização para os acionistas. No entanto, vemos alguns riscos, visto que o processo de privatização sequer foi concluído. Além disso, não sabemos quem vai ser o investidor de referência e o processo de revisão tarifária anual deve impor desafios ao processo de investimentos”, explicam Vitor Sousa e Israel Rodrigues.
Se para 2026 o salto estimado para a ação é de até 36,6%, para 2024, os analistas estimam que o papel deve encerrar o ano a R$ 77,00, uma queda de 1,29% em relação ao fechamento de de quarta. Já para 2025, o preço-alvo é de R$ 92,0, crescimento de 17,9% em relação ao valor do papel no encerramento do pregão de quarta-feira.