Em análise sobre a potencial compra da International Paper pela Suzano (SUZB3), o Itaú BBA avaliou que o negócio seria atrativo para a companhia brasileira e traria sinergias interessantes, suficientes para compensar o aumento de custo adicional de dívida.
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O banco afirma que a substituição entre fibras pode ser um vetor importante. A Suzano poderia vender ou integrar a celulose de fibra curta para a International Paper, trazendo competitividade em custos nos negócios de embalagens e Fluff. Além disso, a nova empresa poderia ter alguma sinergia em custo financeiro devido a uma maior exposição nos EUA.
Já com relação aos riscos, o BBA aponta o aumento de alavancagem e o maior custo de dívida, que poderia limitar a geração de caixa da nova empresa, mas pondera que a companhia possui um saudável perfil de endividamento.
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Outro risco mencionado pelos analistas Daniel Sasson, Marcelo Furlan Palhares, Edgard Pinto de Souza e Barbara Soares, que assinam o relatório, é o eventual maior investimento (Capex) de manutenção diante dos ativos mais antigos da International Paper, além dos riscos relacionados à gestão de um novo negócio (embalagens) em uma nova geografia (EUA).
O BBA estima que a nova empresa teria um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre US$ 7,5 bilhões e US$ 8 bilhões (sem considerar sinergias), implicando num múltiplo valor da empresa em relação ao Ebitda (EV/Ebitda) de 5,7 vezes, número considerado atrativo pelo banco. “Vemos essa transação como positiva para o papel”, escrevem os analistas.
A International Paper é um competidor relevante nos Estados Unidos, com exposição ao negócio de embalagens (85% das receitas) e de celulose de mercado de fibra longa (15%). A sua participação no mercado norte-americanos de embalagens é de 30%. Em celulose, a International Paper opera com uma capacidade de 2,3 milhões de toneladas de Fluff e 400 mil toneladas de fibra longa.
As informações sobre a potencial aquisição surgiram no começo de maio, quando a imprensa noticiou que a proposta chegava a US$ 15 bilhões. Em meados do mês, a companhia brasileira confirmou o interesse no negócio, mas disse que nenhum acordo tinha sido fechado.
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O BBA mantém a recomendação de compra para as ações da Suzano, destacando a assimetria positiva do papel nesse momento devido às quedas nas últimas semanas. O preço-alvo é de R$ 75, o que representa um potencial de alta de 55% em relação ao fechamento de ontem, quinta-feira (6).