Publicidade

Tempo Real

Dólar hoje: cautela fiscal e falas de Haddad mantêm cotação em alta

O dólar para julho ganhava 0,19%, a R$ 5,3885

Dólar hoje: cautela fiscal e falas de Haddad mantêm cotação em alta
Foto: Envato Elements

O dólar hoje opera em alta frente o real, descolado da queda externa da divisa americana e relativa acomodação dos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa).

Segundo operadores, há um sentimento de cautela fiscal doméstica em meio à percepção de desgaste do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolver parte da Medida Provisória 1.227 do governo, que limitava a compensação de créditos do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) pelas empresas.

Haddad afirmou na terça-feira (11) que Pacheco discutiu na segunda-feira (10), em audiência com o presidente Lula a possibilidade de devolver a medida provisória. O ministro disse que a equipe econômica não tem um “plano B” e que o Senado assumiu a responsabilidade de encontrar uma nova alternativa. Entre as propostas estudadas no Senado, estão: a atualização de bens de pessoas físicas e jurídicas no Imposto de Renda; a repatriação de recursos no exterior com regularização dos valores e pagamento de imposto no Brasil; e o uso de recursos esquecidos em contas judiciais de pessoas que ganharam ações na Justiça e não sacaram os valores nem manifestaram interesse em reaver as quantias.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Os senadores também discutem vincular a taxação de compras internacionais acima de US$ 50, aprovada em outro projeto, como fonte de compensação. O ambiente externo positivo para os ativos de risco é insuficiente para impactar positivamente os mercados locais e o desgaste do ministro Haddad com a Medida Provisória 1.227 deve preponderar, avalia a LCA Consultores.

Para Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, a decisão de Pacheco indica uma derrota de Haddad, que tem tentado ajustes nas contas públicas. “Se o Randolfe precisa falar que o Haddad ainda tem força no Congresso é porque tem algum problema ai”, alerta o analista da Ouro Preto Investimentos, em referência à defesa de Haddad pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), em entrevista à GloboNews.

O senador Randolfe Rodrigues afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “inabalável” no governo Lula e que ele “goza de prestígio e total confiança do presidente Lula”.

Sobre a devolutiva de Pacheco, Randolfe afirmou que o governo “respeita a decisão”. Ele avaliou ainda que é “melhor um fim trágico do que uma tragédia sem fim”, em referência à fala do senador Jacques Wagner (PT-BA), quando o Executivo sofreu uma grande derrota no Legislativo com a votação dos vetos. “Vamos dialogar junto ao Congresso Nacional para encontrar fontes alternativas”, disse à Globonews.

Publicidade

A fim de tentar estancar as especulações sobre um eventual enfraquecimento do ministro da Fazenda, em razão das derrotas seguidas das matérias essenciais para o governo no Congresso Nacional, o líder disse também: “Haddad tem apoio de todo o governo e também dos líderes.” Ele destacou também que o Congresso irá apoiar as pautas econômicas.

Na agenda do dia, a alta de 0,5% do volume de serviços em abril superou a mediana das estimativas do Projeções Broadcast, que indicava alta de 0,2% do indicador. No exterior, os juros intermediários e longos dos Treasuries se acomodam e o dólar recua ante divisas fortes e parte das emergentes.

Por lá, o ambiente é de expectativa pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), às 9h30 e pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e o gráfico de pontos, às 15h, seguidos de entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell. Às 9h23, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 5,3822. O dólar para julho ganhava 0,19%, a R$ 5,3885.