O Ibovespa, principal índice da B3, iniciou a semana em queda de 0,20%, aos 119.422 pontos. A abertura de negócios desta segunda-feira (17) ocorre de olho na decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e as previsões para a economia recém-divulgadas pelo Boletim Focus.
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A cautela em relação ao aumento das incertezas fiscais no Brasil — e isolamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no governo —, o recuo da maioria dos índices futuros de ações norte-americanos e o declínio de 1,63% minério de ferro podem puxar para baixo o Ibovespa, que acumula perdas de 0,91% na semana passada, de 1,99% em junho e de 6,89% em 30 dias.
Possivelmente, nem mesmo a alta do petróleo será capaz de animar o indicador, ainda que tenha vindo de quatro semanas seguidas de baixa. “Enquanto persistirem as pressões políticas e a dicotomia dentro do governo, a chance de recuperação é muito fraca”, estima em comentário o economista Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
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As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) devem ficar no foco, após as quedas recentes e depois que a presidente Magda Chambriard indicou três nomes para compor a diretoria executiva.
Decisão do Copom
O mercado brasileiro aguarda a reunião de política monetária do Copom, prevista para a próxima quarta-feira (19). Depois que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio (0,46%) veio exatamente no teto das estimativas do mercado colhidas pelo Projeções Broadcast (de 0,32% a 0,46%), ampliou-se a convicção de parte do mercado de que o Copom deve manter inalterada a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Em meio às medidas de revisão de gastos do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a taxa de juros e o Banco Central (BC). “Ninguém fala da taxa de juros num país com inflação de 4%. Pelo contrário, faz uma festa ao presidente do Banco Central em São Paulo e ganha dinheiro com a Selic”, disse, referindo-se a um jantar em homenagem ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Boletim Focus
O BC divulgou as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a taxa básica de juros (a Selic) e a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O documento reduziu de leve a expectativa para o PIB em 2024, de 2,09% para 2,08%. Houve manutenção das apostas de crescimento em 2% para o ano que vem. A projeção para o IPCA neste ano passou de 3,90% para 3,96%. E de 3,78% para 3,80% em 2025. Já a aposta para a Selic ao término de 2024 passou de 10,25% ao ano para 10,50% aa.
*Com informações do Broadcast
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