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Educação Financeira

Quanto você teria lucrado (ou perdido) investindo R$ 10 mil há um ano?

A caderneta de poupança ainda é o investimento preferido dos brasileiros, mas está longe se ser o mais rentável

Quanto você teria lucrado (ou perdido) investindo R$ 10 mil há um ano?
Comparar rendimentos ajuda a tomar decisões melhores. (Foto: Envato Elements)
  • Quem investiu R$ 10 mil na poupança, há um ano - em junho de 2023 - teve até agora um rendimento de mais de R$ 2 mil
  • Já quem investiu o mesmo valor em um ativo bem mais arriscado, o bitcoin, agora tem R$ 29 mil
  • Entre esses dois ativos, existem muitas opções com mais ou menos risco disponíveis no mercado; confira

Ao longo do tempo o dinheiro perde poder de compra, por causa da inflação. Por exemplo, entre maio de 2023 e o mesmo mês de 2024, a inflação, medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulou alta de 3,93%. Isso quer dizer que, com o mesmo dinheiro, este ano você compra um pouco menos do que no ano passado.

Por isso é recomendado investir e não deixar o dinheiro parado na conta. Quem investiu R$ 10 mil na poupança, há um ano – em junho de 2023 – teve até agora um rendimento de mais de R$ 2 mil, o que equivale a uma valorização de 8,26%. A caderneta de poupança ainda é o investimento preferido dos brasileiros, mas está longe se ser o mais rentável. Ela é uma aplicação de renda fixa isenta de imposto de renda e os aportes são feitos da mesma forma em qualquer banco.

Já quem investiu o mesmo valor em um ativo bem mais arriscado, o bitcoin, agora tem R$ 29 mil, sendo ainda isento de imposto de renda, já que o lucro com criptoativos é isento para vendas de até R$ 35 mil em cada mês. Entre esses dois ativos, existem muitas opções com mais ou menos risco disponíveis no mercado. Com a ajuda de especialistas, listamos o rendimento de alguns ativos que podem te ajudar a fazer o dinheiro render.

Entenda porque o rendimento da renda fixa caiu em 2024

Os ativos de renda fixa são como empréstimos atrelados a uma taxa de juros, que pode ser prefixada a uma porcentagem fixa (como 8% ao ano), pós-fixada (atrelada a juros ou inflação) ou mista (algo como juros+6%). No caso desses investimentos, a queda na taxa básica de juros afeta o rendimento.

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Desde o início de 2023 a Selic, taxa básica de juros, já caiu mais de 3 pontos percentuais, de 13,75% para os atuais 10,50%. De acordo com o boletim Focus, a perspectiva é de que a taxa encerre o ano em 10,50%, mas caia para 9,50% até o final de 2025. Então, os investimentos feitos a partir de agora não terão os mesmos rendimentos que no ano passado.

Mas não é por isso que se deve deixar de lado a renda fixa, explica a especialista em finanças pessoais Graziela Fortunato, da Escola de Negócios da PUC-Rio. “Apesar das taxas de juros estarem em queda, elas ainda permanecem altas e investir em renda fixa continua uma boa alternativa para a montagem de uma carteira. Além disso, o investidor precisa conhecer seu perfil de risco. Buscar alternativas mais rentáveis está sempre associada a mais risco”, afirmou.

Qual o rendimento da bolsa e da renda fixa no último ano

Um investimento em renda fixa, como um CDB com 100% do CDI, teria um rendimento líquido de R$ 2.212,16, entre junho de 2023 e de 2024. No mesmo período, a bolsa teve alta de 16,92% (rendimento do Ibovespa, índice de desempenho médio das ações). Veja abaixo qual teria sido o investimento em projeção feita por Cynara Machado, especialista de portfólio do Itaú Unibanco:

Machado lembra que, no cenário atual de queda dos juros, os investimentos atrelados a taxas de juros Selic e CDI (taxa de empréstimos entre bancos) ajudam a reduzir o risco de uma carteira de investimentos. “Quando olhada individualmente, a renda fixa fica menos atrativa em relação ao ano anterior. Entretanto, quando olhamos a visão de portfólio, onde cada tipo de investimento tem o seu papel nas carteiras dos investidores, a renda fixa continua importante para equilibrar a relação risco e retorno”.

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Além do rendimento, o investidor deve prestar atenção ao imposto de renda. Para ações, a alíquota costuma der se 15%, com exceção para o caso de day trade (compra e venda no mesmo dia) que tem alíquota de 20%. Para a maioria dos investimentos de renda fixa vale a tabela regressiva, conforme o prazo:

 

Fortunato lembra ainda que os ativos de renda fixa com isenção de imposto de renda se tornam mais interessantes, por terem retorno líquido maior. “Dentre as classes de investimentos de renda fixa que possuem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), há os LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).

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No entanto, por ter menos risco, a rentabilidade segue a mesma direção. Já os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e debêntures incentivadas também têm o benefício de isenção de imposto de renda, o que os torna atrativos, mas eles não têm FGC.

Mais especificamente, no caso das debêntures, nem todas são incentivadas, ou seja, nem todas são isentas de impostos”, afirmou. Conforme os dados compilados por Cynara Machado, o rendimento das debêntures incentivadas ficou superior do do Ibovespa, considerando o rendimento líquido no ano. Para o cálculo, foi utilizado um índice que reúne debêntures incentivadas indexadas ao IPCA.

Quanto eu teria lucrado investindo em Bitcoin no último ano?

O bitcoin é um ativo bem volátil, com variação de preços bem maiores, o que possibilita ganhos e perdas maiores. Mas quem investiu há um ano e manteve o ativo até agora teve um bom lucro. Entre 13 de junho de 2023 e a mesma data deste ano, o Bitcoin teve valorização de 190%, então quem investiu R$ 10 mil agora tem R$ 29 mil. Já na criptomoeda Ethereum, a valorização foi de 123%, e o valor teria crescido para R$ 22,3 mil. Para Rony Szuster, analista de Research do MB, a principal causa para a valorização foi a aprovação do ETF de Bitcoin nos Estados Unidos, em janeiro deste ano.

Outro motivo, de acordo com o especialista, foi a expectativa em relação ao halving, que aconteceu em abril. Halving é o nome do evento que reduz o número de bitcoins disponíveis. “O halving é um evento conhecido, então o mercado já precifica ele, e é um evento que chama a atenção para o bitcoin - mesmo que a emissão em si não tenha tido tanto impacto, só o fato de ter o bitcoin na mídia, atraindo a atenção dos investidores de varejo, aliado ao ETF, cria uma demanda pelo ativo”, concluiu Szuster.

O analista acredita que, no longo prazo, a expectativa é de que as criptomoedas sigam em alta, e destaca que cresce o interesse de clientes corporativos pelos ativos. “No curto prazo pode ser que tenha um momento de lateralidade ou queda, mas imaginamos que no médio prazo, mais alguns meses, a gente deva ter uma grande virada de alta”, ressalta.

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