- O valor mínimo para investir no Educa+ é em torno de R$ 40
- A renda pode ser programada conforme o valor da mensalidade ou também para ajudar no sustento do estudante durante o período universitário
- Com ajuda de especialistas, simulamos como o Educa+ se compara a outros ativos de baixo risco
O Tesouro Educa+ é um título de renda fixa do Tesouro Nacional, lançado em agosto de 2023, que visa o planejamento para financiar a educação superior em instituição privada de ensino. Funciona da seguinte forma: ao longo do tempo, o investidor faz aportes periódicos até o filho alcançar a idade para iniciar a faculdade.
Chegada a data de vencimento do título, o investidor passa a receber um valor mensal, por cinco anos (60 meses), que é o prazo médio de cursos de graduação. O valor mínimo para investir no título é em torno de R$ 40.
Como exemplo, se o seu filho ou filha irá para a universidade daqui a 10 anos, você tem esse prazo de investimento para conseguir levantar o valor necessário. A renda pode ser programada conforme o valor da mensalidade ou também para ajudar no sustento do estudante durante o período universitário.
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Para ter uma renda mensal de R$ 1 mil, considerando esse prazo de acumulação, sem nenhum aporte inicial, será necessário investir mensalmente R$ 336 no Renda+. Ao todo, o aporte terá sido de R$ 38,6 mil, para retiradas que somam o equivalente a R$ 60 mil. No site do Tesouro Direto é possível fazer simulações e descobrir quanto você precisa investir hoje para o valor de gastos que imagina que terá no futuro.
Para este prazo, o título indicado pelo Tesouro atualmente paga IPCA+6,3% ao ano. “Essa é uma excelente rentabilidade considerando o histórico de juros no país, afinal, além de proteger da inflação, traz um ganho real que poucos ativos conservadores conseguem bater no longo prazo”, comentou o educador financeiro Fabio Cabral, CFP pela Planejar.
Como o Renda+ se compara a ativos de baixo risco
Para ter uma renda mensal de R$ 600, no Renda+, o aporte mensal fica em torno de R$ 202. Como comparação, a planejadora financeira CFP pela Planejar Camila Moraes fez a simulação de quanto renderiam os mesmos R$ 202 aplicados em um CDB. “Para esse cálculo vamos ter que fazer uma estimativa que a taxa de juros ficará estável em 10,5% [Selic atual] nos próximos 10 anos e utilizaremos o aporte mensal de R$ 202.
Ao final dos 10 anos você terá acumulado um pouco mais de R$ 38 mil e conseguirá fazer as retiradas de R$ 600,00. O risco aqui está em a taxa se manter em 10,5% ao ano durante os próximos 10 anos”, afirmou. A perspectiva do mercado é de que a taxa de juros se mantenha em 2024, mas já tenha queda em 2025 para 9,50%. Portanto, a vantagem do Educa+ é que o título é atualizado pela inflação (IPCA).
Já na poupança, se mantidas as condições atuais, o mesmo valor de aporte não seria suficiente para a mesma retirada. Segundo simulação de Moraes, o valor acumulado seria de R$ 31 mil, o que dá um valor mensal de R$ 516 em 60 meses. Além da rentailidade, o Educa+ é recomendado pela praticidade. “Para a pessoa que não quer se preocupar com vencimentos de CDB ou mudanças significativas nas taxas de juros e reinvestimento dos valores, o Tesouro Educa+ é uma opção interessante e fácil de entender”, afirmou Camila Moraes.
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Fabio Cabral lembra que o imposto de renda também pode impactar o resultado dos investimentos. “No Educa+ o imposto para aplicação acima de 2 anos será de 15% sobre o rendimento. Já em previdência privada, na tabela regressiva, a alíquota para aplicações acima de 10 anos cai para 10%”. A previdência privada é um tipo de investimento tradicional indicado para o longo prazo, e tem as opções PGBL e VGBL, que têm incidência de imposto diferentes.
“A melhor opção está atrelada à declaração de renda do investidor, já que o formato PGBL possibilita o desconto de IR durante a fase de contribuição”, lembrou Cabral. Ele observou ainda que outros investimentos tradicionais, como fundos de investimento, a alíquota será a mesma do tesouro Educa+, mas poucas opções que superam o IPCA + 6,3% ao ano, que é a taxa oferecida atualmente no Tesouro.
“Além disso, haverá a chamada volatilidade nos fundos de previdência devido à marcação a mercado dos títulos presente nesses fundos”, afirmou. Portanto, para o especialista, pode haver opções mais rentáveis no mercado, mas para o investidor iniciante que não conta com a ajuda de um profissional do mercado financeiro, o Educa+ é mais indicado.
Como alternativa, o analista de research da Rico, Antônio Sanches, explica que hoje é possível encontrar opções em CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) com vencimento em 2034 com rentabilidade bem próxima à do Tesouro Educa+, com a diferença de que o CRA é isento do imposto de renda, então seria necessário aportar um valor um pouco menor para chegar ao mesmo saldo no mesmo período.
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Um CRA é um investimento de renda fixa privado, emitido por empresas do setor do agronegócio, portanto menos seguro do que o Renda+, que conta com a segurança do Tesouro Nacional como garantidor. Além disso, no caso do CRA, ao final de 10 anos, o investidor deveria realocar o investimento para um outro ativo de renda fixa atrelado à Selic, como o Tesouro Selic, ou à taxa DI (taxa de empréstimos entre bancos), que é próxima à Selic, para manter o valor no período de resgate (60 meses). “No Educa+ você tem como vantagens taxas menores, assim como o investimento já ser planejado para que ocorra resgate quando chega na data de conversão”, afirmou.