Os juros futuros passaram o dia sob pressão de alta, mas receberam alívio no fim da tarde. As taxas até o trecho intermediário fecharam estáveis e as longas caíram. A ausência dos mercados em Wall Street e de indicadores relevantes na agenda manteve a fala crítica do presidente Lula ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, como referência central para o mercado, abalando a expectativa de um placar unânime, mas esta possibilidade voltou a ganhar força na reta final.
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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 em 10,670%, a mesma de ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 estava em 11,29%, de 11,28%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,57%, de 11,63%, e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,93%, de 12,00% ontem.
O ajustes de posição antes do Copom deu o tom aos negócios ao longo da quarta-feira. “Não tanto pela decisão em si, mesmo que haja corte, mas sim pelo placar. O mercado ficou dividido depois da fala de Lula”, afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. O DI para janeiro de 2025, o mais negociado, girava em torno de 1,5 milhão de contratos no horário acima, contra 1,025 milhão na média diária dos últimos 30 dias.
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Ontem, Lula disse que só há uma coisa desajustada na economia do País: o comportamento do BC. Afirmou que Campos Neto não demonstra “nenhuma capacidade de autonomia” e “tem lado político”. Campos Neto fez parte da maioria que no último Copom votou pela redução do tamanho do corte da Selic para 0,25 ponto porcentual.
Segundo Lula, para comandar o BC a partir de 2025 será escolhido alguém com foco no crescimento do País e “que não vai se submeter a pressões do mercado”, o que levantou receios de que o indicado possa ser alguém com perfil mais heterodoxo e ligado a quadros do PT.
Para Veronese, em caso de novo dissenso no Copom, a reação das taxas dependerá também do grau de divisão do placar. “Um 7 a 2 causaria menos estrago do que uma votação mais apertada”, avalia.
Em maio, o placar foi de 5 a 4. O mercado olhará com atenção especial para os votos de Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais), por serem considerados nomes cotados para assumir o BC em 2025 e indicados por Lula para a diretoria.
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Depois das 16 horas, porém, a curva foi gradualmente melhorando, em movimento atribuído nas mesas à informação da colunista Ana Flor, da Globonews, de que a expectativa do Planalto é de manutenção da taxa Selic em uma decisão unânime (9 x 0), como já havia trazido ontem a Coluna do Estadão.