- Sérgio Mallandro, Zico e Cristiana Pompeo foram algumas das vítimas da JJ Invest;
- Jonas Jaimovick foi preso no mês de novembro, acusado de ter sumido com R$ 170 milhões;
- Para não cair em golpes, fuja do alto retorno garantido, empresas não vinculadas à CVM e do sentido de urgência.
Alta rentabilidade, baixo risco e ativos desconhecidos. O que tudo isso têm em comum? São as principais táticas utilizadas por golpistas que buscam cooptar o dinheiro de investidores por meio das pirâmides financeiras. Apesar da nova roupagem, esse tipo de esquema vem se tornando popular novamente no Brasil.
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Recentemente, Jonas Jaimovick, dono da JJ Invest, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ter transformado em pó R$ 170 milhões de seus investidores. Após quase uma ano foragido, o empresário que enganou mais de 3 mil vítimas – dentre elas, celebridades como Zico, Sérgio Mallandro e Cristiana Pompeo – foi encontrado. Em 2019, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) emitiu um alerta comunicando que a empresa não tinha autorização para exercer a atividade.
O esquema de pirâmide financeira chegou ao Brasil em 1939, quando o ítalo-americano Carlos Ponzi veio fugido dos EUA após enganar mais de 30 mil investidores e sumir com mais de US$ 200 milhões, em valores atuais. O esquema ou fraude ficou tão famoso que acabou recebendo o nome do italiano e passou a ser conhecido como “esquema de Ponzi” ou “pirâmide financeira”, no qual novos investidores são recrutados para sustentarem as rentabilidades dos mais antigos.
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Oito décadas depois depois, a estratégia continua fazendo diversas vítimas no país. Um dos casos mais famosos é o da Fazenda Boi Gordo, no qual mais de 31 mil pessoas foram enganadas nos anos 1990, com a promessa de que após 18 meses teriam uma rentabilidade de 42%. Antônio Fagundes, inclusive, o eterno “Rei do Gado”, foi o garoto propaganda dos comerciais que veicularam na Rede Globo. Segundo a promotoria, o valor da dívida é de R$ 470 milhões.
Desde a época das fazendas Boi Gordo, os esquemas vêm se sofisticando cada dia mais. O caso mais recente foi divulgado pelo Fantástico no programa do dia 22 de novembro e teve como uma das vítimas o humorista Sérgio Mallandro. As empresas que aplicam esse tipo de golpe gostam de utilizar celebridades como garotos propaganda para passar credibilidade aos investidores.
Mas, o que leva investidores a caírem no conto do vigário? O E-Investidor reuniu casos de famosos que já foram enganados e também três dicas para você não cair nesse tipo de cilada.
Pegadinha do Mallandro? Confira famosos que já perderam dinheiro
- Sérgio Mallandro – O rei das pegadinhas não escapou ileso e também foi enganado. A JJ Invest, de propriedade de Jonas Jaimovick, sumiu com mais de R$ 170 milhões de seus investidores, dentre eles o comediante. A empresa contava com anúncios em camisas de grandes times de futebol do Rio de Janeiro, como Vasco e Botafogo. Esse foi um dos motivos que, segundo Mallandro, o levaram a confiar na companhia;
- Cristiana Pompeo – A atriz do Zorra Total foi mais uma das vítimas da JJ Invest. Em 2019, a celebridade fez um post no Instagram pedindo emprego, pois havia perdido todas as economias com o golpe e inclusive pediu a ajuda de seus seguidores para localizar Jonas Jaimovick, na época foragido;
- Zico, Júnior e Sérgio Loroza – Não se sabe ao certo como nem quanto perderam, mas os astros do Flamengo e o artista da Globo também foram enganados pela JJ Invest. Em entrevista a Lauro Jardim, do jornal O Globo, Zico disse: “O valor não foi nada absurdo, mas prefiro não dizer quanto”;
- Roberto Justus – Apesar de falar que o dinheiro não é seu, o empresário possui mais de R$ 115 mil retidos junto à Negocie Coins, de acordo com informações da EXM Partners, empresa responsável pela administração judicial do grupo. O apresentador informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que o montante provém de um pagamento de um cliente que foi feito em Bitcoin, mas que a situação já estaria resolvida;
- Kyra Sedgwick and Kevin Bacon – Não são só os brasileiros que são enganados. O casal de atores americanos também caiu no esquema de Bernard Madoff, investidor acusado de montar a maior pirâmide financeira da história, com cerca de US$ 20 bilhões.
3 dicas para não cair em um investimento fraudulento
Conhecer o esquema de pirâmide é o primeiro passo para não cair em golpes do tipo. Em agosto deste ano, a repórter do E-Investidor Jenne Andrade entrevistou especialistas para uma reportagem com três dicas para identificar um investimento fraudulento. Com base nos dados colhidos por ela, reunimos as melhores orientações para você não cair nessas armadilhas.
- Verifique se a instituição ou possui respaldo da CVM – Antes de investir, cheque se a empresa não possui processos junto ao órgão. Além disso, pesquise se o investimento está registrado junto à CVM ou outra instituição financeira. Se não tiver, desconfie. Quando falamos de criptomoedas, que ainda não contam com regulamentação no país, a dica é pesquisar sobre a moeda em si: se é comercializada no mundo todo e se são aceitas em estabelecimentos em geral.
- Desconfie de retornos altos e garantidos – Não existe almoço grátis. O risco caminha ao lado do retorno, por isso, não existe rendimento alto sem correr riscos, e essa é uma das regras primárias do mercado financeiro. Essa é uma das táticas mais utilizadas pelas empresas fraudulentas que prometem ganhos acima da média em determinado período, seja ele dia, mês ou ano;
- Fuja do imediatismo – A última das estratégias utilizadas por investimentos fraudulentos é utilizar a urgência para motivar os investidores. “Hoje é seu último dia” ou “essa é sua última oportunidade” são alguns dos chamarizes utilizados para atrair os investidores.