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Dólar hoje: moeda encerra com leve alta após anúncio de reajuste da gasolina

Investidores estão atentos aos dados de inflação no Brasil, EUA e maias países, buscando indícios sobre as políticas monetárias

Dólar hoje: moeda encerra com leve alta após anúncio de reajuste da gasolina
  • Após mostrar estabilidade durante todo o dia, o dólar hoje encerra o pregão em alta frente ao real
  • Litro da gasolina terá um aumento de R$ 0,20, passando a custar R$ 3,01, enquanto o gás de cozinha de 13kg subirá R$ 3,10, totalizando R$ 34,70
  • Previsão do mercado financeiro é que o dólar deve encerrar 2024 com a cotação de R$ 5,20

Após mostrar estabilidade durante todo o dia, o dólar hoje encerra o pregão em alta frente ao real. A moeda fechou cotada a R$ 5,4766, com alta de 0,26%.

O mercado ainda repercute o anúncio do novo aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras, com efeito a partir desta terça-feira (9). O preço do diesel não sofreu reajuste. O litro da gasolina terá um aumento de R$ 0,20, passando a custar R$ 3,01, enquanto o gás de cozinha de 13kg subirá R$ 3,10, totalizando R$ 34,70. Esse reajuste na gasolina representa uma alta de 7,11%. Essa variação deve se refletir em um aumento de 2,50% no preço final para o consumidor e impactar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, em julho.

Nesta semana, os investidores estarão atentos aos dados de inflação no Brasil, Estados Unidos, China, México e na Colômbia, buscando indícios sobre o rumo da política monetária nesses países. No cenário doméstico, o Banco Central (BC) apresentou, na sessão de hoje, um leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros), com vencimento em 2 de setembro de 2024.

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Na sexta-feira (5), o dólar encerrou o pregão cotado a R$ 5,462, registrando uma queda de 0,44% em relação ao dia anterior. Esse fechamento marcou a terceira queda consecutiva da moeda americana, que em 1º de julho atingiu R$ 5,70, a maior cotação do ano. Com o resultado, o dólar acumulou uma queda de 2,27% na semana, recuo de 2,27% no mês e alta de 12,56% no ano.

Agenda econômica pode mexer no dólar

A semana inicia com a publicação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira. O destaque será a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na quarta-feira (10), mesma data em que será divulgada a confiança do consumidor.

A expectativa é de que a inflação ultrapasse 4% no acumulado dos últimos doze meses, refletindo mais claramente os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul. As atenções estarão voltadas para os dados de vendas no varejo na quinta-feira (11) e para o crescimento do setor de serviços na sexta-feira (12), ambos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No panorama externo, a China deve divulgar a inflação ao consumidor e ao produtor na noite de terça-feira (9), enquanto os Estados Unidos devem revelar os dados de vendas no atacado e estoques de petróleo bruto na quarta-feira (10). O foco estará na quinta-feira (11), com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), balança comercial e produção industrial do Reino Unido, além da inflação ao consumidor e pedidos de seguro-desemprego nos EUA.

Os investidores estão atentos a sinais de desaceleração da inflação em doze meses, o que pode aumentar as chances de cortes nos juros ainda este ano. As projeções de consenso indicam um aumento mensal de 0,1%, após estabilidade em maio, levando o indicador a 3,1% em doze meses. Para o núcleo, que exclui preços voláteis como alimentos e energia, os analistas estimam um acréscimo de 0,2% mês a mês, igual à leitura anterior, mantendo o indicador em 3,4%.

Encerrando a semana, na sexta-feira (12), os destaques serão a produção industrial japonesa, preços ao consumidor americanos e a balança comercial chinesa.

Projeção do BC sobre dólar, inflação, juros e PIB pode impactar o dólar; entenda

A previsão do mercado financeiro é de que a cotação do dólar deve encerrar 2024 com a cotação de R$ 5,20. Essa informação consta no Boletim Focus, publicado hoje pelo Banco Central (BC), em Brasília. O relatório semanal apresenta a mediana das projeções das instituições financeiras para a economia do Brasil tanto para o ano em curso quanto para os próximos três anos.

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Há quatro semanas, a projeção era de que a taxa de câmbio seria de R$ 5,05 ao final do ano. A atual previsão de R$ 5,20 se mantém igual à divulgada na edição anterior do Focus, na segunda-feira passada (1º), e está abaixo do valor de negociação atual da moeda americana. Na semana passada, o dólar fechou a R$ 5,46. No dia 2 deste mês, o dólar encerrou o pregão a R$ 5,66.

A variação da moeda americana em relação ao real impacta diretamente a economia brasileira. Quando o câmbio está desvalorizado, ou seja, quando o dólar sobe, os produtos importados se tornam mais caros, pressionando a inflação. Contudo, isso favorece as exportações, pois torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.

Quando o câmbio está valorizado, ou seja, quando o dólar cai, os produtos importados ficam mais baratos, o que pode aliviar a inflação. No entanto, isso pode prejudicar a indústria nacional, que precisa competir com produtos estrangeiros mais baratos.

Em relação à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado o índice oficial de inflação no Brasil – os analistas ouvidos pelo BC elevaram a previsão pela nona vez consecutiva. A estimativa é que o IPCA encerre 2024 em 4,02%. A projeção da semana passada era de 4% e, há quatro semanas, 3,90%.

Para 2025, o Focus desta semana indica um aumento na projeção de 3,87% para 3,88%. As projeções para 2024 e 2025 estão dentro do intervalo da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses está em 3,93%. A próxima divulgação, referente a junho, será na quarta-feira (10).

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A inflação projetada pelo Focus é um dos fatores considerados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a taxa básica de juros do país, a Selic, que serve de referência para todas as demais operações de crédito. O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir sobre a taxa básica de juros. A última reunião ocorreu em 19 de junho. Ainda haverá mais quatro encontros do órgão este ano.

Atualmente, a Selic está em 10,5%. O mercado acredita que ela permanecerá nesse nível até o fim do ano. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine em 9,50%. Para 2026 e 2027, o Focus projeta 9%.

O nível da Selic é importante para o desempenho da economia. Uma taxa elevada é considerada anti-inflacionária, pois encarece as operações de crédito, desestimulando o consumo. No entanto, essa retração na atividade econômica pode esfriar a economia e desestimular a geração de empregos. Por outro lado, uma taxa reduzida incentiva a obtenção de crédito e favorece o investimento, gerando emprego e renda. Porém, esse aumento de renda pode levar a uma pressão inflacionária.

Pela segunda semana consecutiva, o mercado aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que é o conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país. As instituições consultadas pelo Boletim Focus acreditam que 2024 terá um crescimento do PIB de 2,10%. Na semana passada, a estimativa era de 2,09%, o mesmo nível de quatro semanas atrás. Para o próximo ano, o mercado espera um crescimento de 1,97%, uma projeção inferior à da semana passada (1,98%) e de quatro semanas atrás (2%).

O que afetou o dólar hoje?

  • Alta do dólar:
    • O dólar encerra o pregão em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,476.
  • Foco dos investidores:
    • Atenção voltada para dados de inflação no Brasil, EUA, China, México e Colômbia.
    • Expectativa sobre políticas monetárias baseadas a partir desses dados.
  • Reajuste de preços:
    • Aumento nos preços da gasolina e gás de cozinha a partir de terça-feira (9).
    • Gasolina sobe R$ 0,20 (7,11%) para R$ 3,01 por litro.
    • Gás de cozinha de 13kg sobe R$ 3,10 para R$ 34,70.
  • Impacto no IPCA:
    • Reajuste da gasolina pode aumentar preços ao consumidor em 2,50%.
    • Esperado impacto no IPCA em julho.
  • Histórico do dólar:
    • Na sexta-feira (5), dólar fechou a R$ 5,462, queda de 0,44%.
    • Acumulou queda de 2,27% na semana e no mês; alta de 12,56% no ano.
  • Agenda econômica:
    • Publicação do IGP-DI e Boletim Focus.
    • Divulgação do IPCA e confiança do consumidor na quarta-feira (10).
    • Dados de vendas no varejo na quinta-feira (11) e crescimento do setor de serviços na sexta-feira (12).
  • Dados internacionais:
    • China divulga inflação ao consumidor e ao produtor na terça-feira (9).
    • EUA publicam vendas no atacado e estoques de petróleo na quarta-feira (10).
    • Quinta-feira (11): Reino Unido divulga PIB, balança comercial, produção industrial; EUA divulgam inflação ao consumidor e pedidos de seguro-desemprego.

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