As ações da Petrobras (PETR4) sobem forte no pregão desta segunda-feira (8) após a companhia anunciar o aumento do preço da gasolina e do gás de cozinha. Segundo a petroleira, o preço da gasolina passará a ser, em média, de R$ 3,01 por litro nas refinarias, alta de R$ 0,20 por litro. O reajuste deve ser realizado no próximo dia 9 de julho.
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“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20 por litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina C”, diz a companhia.
A reação do mercado foi imediata. Às 15h desta segunda-feira (8), as ações da Petrobras subiam 2,29%, a R$ 38,43.
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Já o gás de cozinha deve ser vendido para as distribuidoras a R$ 34,70 por botijão de 13kg, um aumento equivalente a R$ 3,10. “Em 2024, este é o primeiro ajuste nos preços de venda do gás de cozinha da Petrobras para as distribuidoras. Os últimos ajustes ocorreram em maio e julho de 2023”, afirma a empresa.
Segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, o reajuste da gasolina tende a ter um impacto de 0,13 ponto porcentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil. Já o aumento do preço do gás de cozinha gera um impacto de 0,5 ponto porcentual. “Com isso, o IPCA de 2024 sai de 4,10% para 4,28%”, diz Andréa Angelo.
Já Leonardo Costa, economista do ASA, comenta que o impacto estimado no IPCA é de 0,20 ponto porcentual – 0,10 ponto porcentual em julho e 0,10 ponto porcentual em agosto. “Desse modo, o IPCA de julho passa a ser projetado em +0,35% (ante +0,25%) e o de agosto em +0,19% (ante +0,09%). O IPCA do ano sobe de 3,9% para 4,0% (tínhamos aumento de 5% na gasolina, houve surpresa no GLP)”, diz Costa
Preços estavam abaixo da política de preços da companhia
Em relatório publicado na semana passada, os analistas do Itaú BBA comentam que o combustível estava sendo negociado abaixo da política de preços da Petrobras. No ano passado, a estatal mudou a política de preços ao abandonar o Preço de Paridade de Importação (PPI) e passou a usar um preço médio entre o Preço de Paridade de Importação e o Preço de Paridade de Exportação (PPE).
No segundo caso, o preço do frete é descontado do valor do barril de petróleo. A medida foi bem recebida pelo mercado, como um bom meio-termo entre ‘abrasileirar’ os preços dos combustíveis e manter a Petrobras com uma boa margem de lucratividade. No entanto, nesta última terça-feira (2), o preço da gasolina entrou em defasagem em relação ao PPI e ao PPE.
Segundo dados do Itaú BBA, a Petrobras deveria cobrar R$ 3,45 por litro de gasolina pelo PPI, ou R$ 3,07 por litro da gasolina pelo PPE na semana passada. No entanto, a gasolina custava R$ 2,81 por litro. O número estava 18% abaixo do PPI e 8% abaixo do PPE. “Acreditamos ser provável que a Petrobras espere mais para ter uma visão mais clara do cenário internacional antes de fazer um ajuste de preço para evitar transmitir a volatilidade dos mercados internacionais preços ao consumidor interno”, disseram Monique Greco Natal, Bruna Amorim e Eric de Mello, em relatório do Itaú BBA publicado na semana .
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Vale lembrar que até o fim de junho a gasolina estava na faixa de preços adequada entre o PPI e o PPE. Já o diesel se encontra na faixa ideal. O combustível é vendido a R$ 3,48, 17% abaixo dos R$ 4,20 do PPI, mas 2% acima dos R$ 3,40 do PPE. Os analistas não revelam nem recomendação e o preço-alvo para a Petrobras nesse relatório.