As notícias de que os Estados Unidos poderiam impor controles sobre produtos fabricados no exterior, que utilizem até mesmo a menor quantidade de tecnologia americana,não foram bem recebidas pelos investidores –especialmente aqueles posicionados em ações ligadas à tecnologia, que despencam nesta manhã de quarta-feira (17). Na terça-feira (16), por exemplo, Joe Biden teria dito a aliados que estuda adotar restrições comerciais mais severas se empresas como ASML continuarem a fornecer tecnologia avançada de semicondutores à China, resultando na queda de quase 10% para os ativos da holandesa de máquinas para fabricação de chips. Neste ambiente mais revolto, o que se vê são mercados acionários em queda na Europa, assim como a tendência parece ser a mesma nos Estados Unidos, como sugerem os índices futuros de Nova York (em especial o Nasdaq, que já cai mais de 1%).
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Em outros mercados, o dólar recua pelo segundo dia consecutivo no exterior, os rendimento dos Treasuries sobem, os contratos futuros do petróleo se estabilizam, após queda de três dias, com a estimativa de um novo declínio nos estoques americanos do produto, o que ameniza as preocupações com a demanda mais fraca na China, enquanto os preços futuros do minério de ferro caíram pelo segundo dia em Singapura, refletindo a expectativa de aumento da oferta da commodity pelas maiores mineradoras do mundo (a Vale, por exemplo, superou as expectativas de produção no segundo trimestre e sua concorrente BHP produziu volumes recordes).
Esse ambiente externo, naturalmente, não é o mais inspirador para a tomada de riscos aqui no Brasil, mesmo considerando a ausência de grandes representantes do setor de tecnologia entre os principais componentes do Ibovespa. Entretanto, como contrapeso, as falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, podem agradar os investidores, uma vez que ele garantiu que a convergência das expectativas para o centro da meta, de 3%, é uma “prioridade” da autoridade monetária.
Agenda econômica 17/07:
Brasil
São esperados o IGP-10 de julho (10h) e o fluxo cambial semanal (14h30). Na agenda de eventos, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebe (11h) o Governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do encerramento da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (11h) e sancionará projetos de lei (15h). Além disso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pode votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante a autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central, se houver acordo com reunião de líderes nesta manhã (8h30).
EUA
A Destaque para os dados de junho de construções de moradias iniciadas (9h30)e de produção industrial (10h15). Entre os eventos, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin (10h), e o diretor Christopher Waller participam de eventos, enquanto o Fed divulga o Livro Bege (15h).
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