A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI reduziram em 84% as expectativas para os dividendos da Eztec (EZTC3) para 2025. As casas estimam um dividend yield (rendimento via dividendos) de 2,2% para a empresa no próximo ano. O número está bem abaixo do projetado para outras construtoras analisadas, como Direcional (DIRR3) e Moura Dubeux (MDNE3).
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Em relatório, os analistas Bruno Mendonça, do BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora, explicam que o pessimismo sobre os dividendos da Eztec se dá pelo possível adiamento, para 2027 ou 2028, da venda das duas torres do empreendimento Esther Towers. “Embora esse projeto corporativo tenha sido a principal fonte de geração de caixa em nossos números anteriores, a taxa de vacância maior do que a esperada na região da Avenida Doutor Chucri Zaidan (onde o projeto está localizado) reduziu a probabilidade de uma venda rápida nos próximos 12 ou 24 meses”, afirmam.
Dessa forma, os analistas esperam que a Eztec (EZTC3) continue com um payout (percentual do lucro de uma empresa que será distribuído como dividendo) mínimo até que o projeto seja vendido.
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Além disso, as casas cortaram as estimativas de lucro por ação da Eztec (LPA) da companhia em cerca de 35%, para refletir os números menores do que as suas projeções iniciais em 2023. Vale lembrar ainda que tanto o BBI quanto a Ágora têm recomendação neutra para Eztez (EZTC3), com preço-alvo em R$ 19.
Se a Eztec não deve pagar bons rendimentos, quais as melhores construtoras para ganhar dividendos?
Ainda no relatório, as casas destacaram nomes dentro do setor de construção civil que oferecem perspectivas sólidas de dividendos nos próximos 18 meses. São elas: Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Moura Dubeux (MDNE3), Cyrela (CYRE3) e Plano & Plano (PLPL3).
A top pick (preferência) dentro da cobertura do BBI e da Ágora é a Direcional (DIRR3), que tem dividend yield estimado em 11,8% até 2025. Em relação à empresa, os analistas enxergam que há espaço para rendimento adicional se a administração decidir vender participações em projetos ou recebíveis, o que pode antecipar a geração de caixa e permitir a remuneração dos acionistas, sem alterar o perfil de alavancagem da companhia.
Outro destaque é a Moura Dubeux (MDNE3), com dividend yield projetado em 12,6% até 2025 – o maior da lista. Depois de registrar o melhor trimestre operacional de sua história de abril a junho deste ano, há expectativa de que a companhia consiga reverter os prejuízos acumulados em seu balanço patrimonial, correspondentes ao período anterior ao seu IPO (oferta pública inicial, em português). “Com alavancagem próxima de zero e gerando lucros, acreditamos que a companhia está prestes a se tornar uma pagadora de dividendos”, destacam Mendonça e Lourenço.
Os analistas ressaltam também os rendimentos de dividendos estimados de 10,2% para Cury (CURY3), de 10,1% para a Cyrela (CYRE3) e de 8,1% para a Plano & Plano (PLPL3). O único “patinho feio” da análise do BBI e da Ágora foi mesmo a Eztec (EZTC3), que sofreu um corte nas expectativas para os seus proventos.