O Ibovespa hoje fechou em queda mais uma vez na B3, em dia marcado pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) brasileiro. Nesta quinta-feira (25), a principal referência da B3 terminou o pregão em baixa de 0,37%, aos 125.954,09 pontos, após oscilar entre máxima a 126.422,73 pontos e mínima a 125.626,28 pontos.
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O IPCA-15 ficou em 0,30% em julho, 0,09 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,39%). O resultado, no entanto, veio 0,07 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava desaceleração a 0,23%. “Com esse dado acima do esperado, fica difícil ver o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuindo os juros no Brasil. Acredito que na próxima semana teremos uma manutenção da taxa Selic no patamar atual, em 10,5% ao ano”, pontua Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me Banco.
Nos Estados Unidos, o dia foi marcado por uma agenda cheia de indicadores. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu ao ritmo anualizado de 2,8% no segundo trimestre de 2024, segundo cálculo inicial apresentado pelo Departamento de Comércio. O resultado superou o teto das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de altas de 1% a 2,5%.
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Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) – métrica de inflação favorita do Federal Reserve (Fed) – subiu ao ritmo anualizado de 2,6% no segundo trimestre, perdendo força depois de avançar 3,4% no primeiro trimestre. Agora os investidores aguardam a publicação do PCE de junho, que deve ser realizada na sexta-feira (26).
Em Nova York, as Bolsas de Valores fecharam mistas. Dow Jones subiu 0,20%, enquanto Nasdaq e S&P 500 recuaram 0,93% e 0,51%, respectivamente. Na véspera, os índices haviam registrado fortes perdas, com o Nasdaq tendo o seu pior dia desde outubro de 2022, em meio ao tombo de ações de peso como Tesla (TSLA) e Alphabet, controladora do Google (GOOGL).
A principal referência da B3 foi contaminada pelo clima de aversão ao risco nesta quinta-feira, com as ações do Carrefour (CRFB3) entre as principais baixas do dia. Os papéis estenderam as perdas observadas na véspera, quando caíram 7,25% e lideraram as perdas do Ibovespa. “O mercado não gostou do aumento no desconto de recebíveis da companhia no segundo trimestre devido a vendas parceladas, o que acabou aumentando as despesas da empresa”, explica Louzada, da Eu me Banco.
Do lado oposto, as ações da Lojas Renner (LREN3) ficaram entre as maiores altas do índice, mesmo em meio ao avanço dos juros futuros. “É um comportamento de curtíssimo prazo, às vezes investidores aproveitam alguns papéis que estão muito desvalorizados. Estamos vendo muita troca de posição hoje, inclusive dentro do mesmo setor”, avaliou o diretor de Renda Variável da Fami Capital, Gustavo Bertotti, ao Broadcast.
Como é calculado o índice Ibovespa?
O sistema de pontos do índice da B3 busca representar o comportamento dos preços do conjunto de ações nos pregões administrados pela B3. Cada ponto equivale a R$ 1. Assim, uma carteira com uma composição idêntica à do índice custa aproximadamente R$ 129 mil, que é a quantidade de pontos do Ibovespa.
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Apesar de a pontuação ser importante para compreender a valorização da Bolsa, a variação de pontos durante um período é referência mais relevante para entender e comparar o desempenho das ações e de fundos de renda variável. Dessa maneira, qualquer investimento do tipo deve ter uma rentabilidade maior do que essa taxa para ser considerado bom.
A flutuação do Ibovespa hoje reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do índice Ibov sobe, significa que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.
*Com informações do Broadcast