A Ambev (ABEV3) apresentou lucro líquido de R$ 2,452 bilhões no segundo trimestre de 2024, o que significa uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2023. No indicador ajustado, o resultado da última linha foi de R$ 2,459 bilhões, com recuo de 8,3%, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (1º).
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Segundo a companhia, a queda se deu devido majoritariamente à menor dedutibilidade do imposto de renda no Brasil. Esse efeito mais do que compensou o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado e o melhor resultado financeiro líquido. O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 5,811 bilhões no trimestre, alta de 10,2% ante o mesmo período de 2023 no conceito “reportado” e de 15,9% no “orgânico”. Confira mais detalhes nesta matéria.
Análises do balanço da Ambev
XP
A XP Investimentos avalia que os resultados reportados pela Ambev nesta manhã foram sólidos, com o Brasil liderando mais uma vez o desempenho operacional, como o previsto, registrando expansão de margem em todas as linhas de negócio.
A casa avalia que o grande destaque do balanço foi o resultado das operações da companhia no Brasil, com um aumento nos volumes de cerveja e bebidas não-alcoólicas (NAB), superando as expectativas.
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Em relatório, os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak destacam que este foi o décimo trimestre da cervejaria com lucro, além de ser o sétimo trimestre que a companhia reportou expansão da margem Ebitda. Segundo a casa, a ligeira melhora no lado operacional foi impulsionada por maiores impostos e despesas financeiras.
A expansão da margem foi observada em vários segmentos, com o Brasil e o custo de aquisição por cliente (CAC) compensando os resultados menos favoráveis da LAS e do Canadá. A corretora avalia, no entanto, que o ambiente competitivo no Brasil pode estar se alterando, especialmente nos segmentos core plus e premium, enquanto a economia enfrenta desafios na recuperação em Petrópolis.
Embora a previsão da casa para o custo do produto vendido (COGS) se mantenha estável, a XP estima que a pressão cambial e o aumento nos preços do alumínio possam representar desafios para a companhia ainda neste ano, assim como os preços de alumínio.
Considerando potenciais obstáculos de custos e fiscais, a XP mantém uma recomendação neutra para as ações da Ambev.
Citi
O Citi disse que a Ambev apresentou tendências operacionais sólidas no segundo trimestre, com um pequeno avanço no Ebitda e um lucro líquido abaixo das expectativas devido a impostos mais altos.
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Os analistas Renata Cabral, Tiago Harduim, Simon Hales, Tomas Dragicevic e Carolina Zelaya destacaram como pontos positivos os volumes de cerveja no Brasil, que mantiveram uma tendência sólida, e a rentabilidade da cerveja, que veio acima do esperado, impulsionada por ventos favoráveis nas commodities.
Eles destacam, no entanto, que o preço da cerveja no Brasil ficou abaixo da inflação, apesar de ter vindo acima do esperado pelo Citi. Além disso, a LAS (América Latina Sul) ficou aquém das expectativas do banco, devido à alavancagem operacional, em um ambiente de consumo mais fraco na Argentina, mas parcialmente compensada pelo desempenho positivo na Bolívia e no Paraguai.
A taxa efetiva de imposto mais alta impactou negativamente o lucro líquido, disseram os analistas, e acrescentaram que “as principais perguntas da gestão dizem respeito aos próximos passos da Ambev no desenvolvimento das reformas fiscais do Brasil”.
O Citi manteve sua recomendação de compra para as ações da Ambev, destacando que os resultados do trimestre superaram as expectativas. A empresa está sendo negociada a 11 vezes o preço/lucro estimado para 2025, abaixo da média de 5 anos de 18 vezes, ressaltaram os analistas.
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O preço-alvo da Ambev (ABEV3) é R$ 15,50, o que representa um potencial de valorização de 33,9% com base no fechamento de quarta-feira (31).
*Com informações do Broadcast