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Ânima (ANIM3): venda da São Judas e da Inspirali nunca foi uma necessidade, dizem executivos

Empresa controla endividamento e volta a pagar dividendos no balanço do segundo trimestre de 2024

Ânima (ANIM3): venda da São Judas e da Inspirali nunca foi uma necessidade, dizem executivos
Para Paula Harraca, CEO da Ânima. a empresa não precisa fazer a venda da São Judas e da Inspirali (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
  • A venda da São Judas e da Inspirali pela Ânima (ANIM3) pode acontecer, mas ela nunca foi uma necessidade
  • Mercado estimava no fim do ano passado a venda de ativos da empresa para redução da alavancagem, o que não foi necessário para a Ânima atingir a sua meta
  • A executivos apontam que Ânima tem resultado robusto com nova redução da alavancagem

A venda da São Judas e da Inspirali pela Ânima (ANIM3) pode acontecer, mas ela nunca foi uma necessidade e só seria realizada para o caso de reduzir a alavancagem e agregar valor aos acionistas, de acordo com a CEO da companhia, Paula Harraca, e o vice-presidente de finanças, Átila Simões, em exclusividade ao E-Investidor. No ano passado, notícias circularam na imprensa de que a empresa teria o interesse em vender os ativos.

“Isso não significa que estamos comprometidos e vamos fazer nenhum desses negócios. Nunca trabalhamos [a venda da São Judas e da Inspirali] como uma necessidade”, afirma Átila. “Isso coloca a companhia numa condição de fazer as suas escolhas e renúncias em melhores condições”, explica Paula Harraca. Os executivos também foram questionados se há alguma oferta de compra sobre a São Judas e da Inspirali, mas preferiram não comentar o assunto.

A venda era esperada para a geração de caixa da companhia e redução do endividamento, medido pela alavancagem. A Ânima precisava reduzir sua alavancagem da faixa dos 3,9 vezes do segundo trimestre do ano anterior para abaixo dos 3,5 vezes para conseguir pagar parte de sua dívida. Isso porque a regra dos covenants da dívida (acordo de empréstimo) impedia que a empresa realizasse o pagamento com a alavancagem elevada.

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Entretanto, os executivos da companhia, em entrevista ao E-Investidor, revelaram que seu endividamento foi controlado acima do exigido pela regra. A Ânima encerrou o segundo trimestre de 2024 com uma alavancagem de 2,76 vezes, uma queda de 1,14 ponto porcentual na comparação com a alavancagem de 3,9 vezes do segundo trimestre de 2023.

A empresa reportou, nesta quinta-feira (8), um prejuízo líquido atribuído ao acionista de R$ 14,7 milhões no segundo trimestre de 2024, uma melhora de 85,6% na comparação com o prejuízo de R$ 101,8 milhões no mesmo período do ano passado. Já no acumulado do primeiro semestre de 2024, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 49,8 milhões, uma reversão do prejuízo de R$ 179 milhões do ano anterior.

A companhia também anunciou o pagamento de R$ 178 milhões em dividendos, veja detalhes nesta reportagem. O balanço do trimestre foi visto pela presidente da Ânima como sólido e robusto. Com o crescimento de 24,2% da geração de caixa, medida pelo Ebitda, em R$ 329,1 milhões no segundo trimestre de 2024.

Ânima está preparada para possível alta de juros

O E-Investidor também questionou os executivos da empresa sobre como eles estão se preparando para o cenário base de juros. A mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não descartou uma possível alta da taxa básica de juros da economia, a Selic. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano. Mesmo com o Copom não descartando uma possível alta Selic, a maioria do mercado ainda precifica no mais recente boletim Focus que a taxa deve encerrar o ano em 10,50%.

Em meio aos questionamentos, o vice-presidente de finanças da empresa, Átila Simões, comentou que uma alta da taxa básica de juros pode ser prejudicial para todo o setor de educação e ele, como todo empresário brasileiro, torce para os juros caírem. E caso isso não aconteça, a empresa trabalhará para seguir sua trajetória de geração de caixa e de melhora da eficiência para agregar valor para os seus alunos. “A companhia saiu fortalecida do ano passado, que foi muito mais desafiador. Temos que estar preparados para ambientes amigáveis e menos amigáveis”, aponta Simões.

Já a presidente da Ânima (ANIM3) afirmou que a empresa está vigilante sobre as questões macroeconômicas e que deve agir antecipadamente caso esse cenário se confirme. “No cenário do ano passado, a companhia trabalhou todo o seu reperfilamento de dívida. E estamos muito bem preparados para lidar com quaisquer sejam os ventos. Sejam eles favoráveis ou não”, conclui Paula Harraca.

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