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Avon pede recuperação judicial nos EUA. Como isso afeta a Natura (NTCO3)?

Analistas comentam o que pode acontecer com a recuperação judicial da empresa de cosméticos

Avon pede recuperação judicial nos EUA. Como isso afeta a Natura (NTCO3)?
Avon pediu recuperação judicial nos EUA, mas analistas veem poucos impactos para a Natura (NTCO3). (Foto: Envato Elements)

A Avon pediu recuperação judicial nos EUA por meio do Chapter 11, mostra comunicado enviado ao mercado na noite de segunda-feira (12). Segundo a companhia, a recuperação judicial não provocará nenhum impacto às operações da Avon e nem afetará o conglomerado da Natura (NTCO3), isso porque a medida ocorre nos EUA e a operação da Avon é voltada para a América Latina.

O pedido de recuperação judicial da Avon acontece em meio ao momento complicado que a companhia vem passando no grupo Natura. Todo o conglomerado da Natura registrou um prejuízo de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre de 2024, piora de 17,4% na comparação com o prejuízo de R$ 732 milhões do mesmo período do ano passado.

Conforme o documento, a Natura é a maior credora da Avon Internacional e continua acreditando no potencial da empresa. Por causa disso, a Natura ofereceu um empréstimo de US$ 43 milhões para a Avon se manter de pé. A empresa fará uma oferta de US$ 125 milhões para adquirir as operações da Avon fora dos EUA por meio de um processo de leilão judicial.

O que dizem os analistas sobre a recuperação judicial da Avon?

Para a Ágora Investimentos, se a recuperação judicial da empresa de cosméticos for aceita pela justiça, ela poderia limitar as responsabilidades legais da Avon Internacional. Isso porque os valores que a Natura ofereceu no processo da recuperação judicial poderão ser compensados em alguma medida por créditos a receber que a Natura já possui da Avon Internacional.

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Na visão da Ativa Investimentos, a medida deve suspender os estudos para listar separadamente as marcas Natura e Avon. Eles também comentam que esse processo de reestruturação fez com que a Natura deixasse de reconhecer os ganhos obtidos pela Avon. Vale lembrar que a Natura comprou a Avon em janeiro de 2020.

Segundo os analistas, esse não reconhecimento de ganhos da Avon foi o principal fator para a companhia ter um prejuízo de R$ 858,9 milhões não esperado, porém, não recorrente e sem efeito caixa. “Não acreditamos que esse efeito impacte as operações da holding e seguimos enxergando com bons olhos o trabalho que a gestão tem realizado na empresa. Nesse sentido, reiteramos compra para suas ações”, diz Pedro Serra, que assina o relatório da Ativa.

Para a XP Investimentos, se esse pedido for aceito, haverá duas alternativas. A primeira é a Natura ficar com a Avon Internacional sem nenhum risco de litígio. Já quando o investidor olha para o leilão, há a possibilidade de uma grande mudança. “A segunda alternativa é outra empresa superar a Natura e ficar com a Avon internacional, deixando a Natura apenas com a Natura da América Latina”, apontam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório da XP.

O que fazer com a ação da Natura após a recuperação judicial da Avon?

Mesmo com esse problema da recuperação judicial da Avon e o prejuízo milionário, as três corretoras recomendam compra para as ações da Natura. A Ágora Investimentos recomenda compra com preço-alvo de R$ 22,00 para o fim de 2025, uma alta de 34,31% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12), quando a ação encerrou o pregão a R$ 16,38. “Mantemos nossa visão positiva sobre o valor que a Natura&Co deverá gerar com a integração da Natura e da Avon nos próximos anos”, explicam Pedro Pinto, do Bradesco BBI e Flávia Meireles, da Ágora Investimentos, que assinam o relatório.

A Ativa calcula um preço-alvo R$ 20,20 para as ações da Natura até o fim de 2024, uma possível alta de 23,3% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12), quando a ação encerrou o pregão a R$ 16,38. A XP Investimentos divulga em seu site que recomenda compra para as ações da Natura com preço-alvo de R$ 21,00 para o fim de 2024, uma alta de 28,21% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12). Ou seja, mesmo com a recuperação judicial da Avon nos EUA, os analistas estão otimistas com o grupo.

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