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Aposentadoria: como se preparar para não depender do INSS no futuro?

As incertezas na previdência social destacam a importância do planejamento financeiro

Aposentadoria: como se preparar para não depender do INSS no futuro?
Aposentadoria: como se preparar para não depender do INSS no futuro? Foto: Adobe Stock

Nos últimos dias, a segurança da aposentadoria no Brasil voltou a ser discutida entre especialistas. Isso porque um estudo recente do Banco Mundial acendeu um sinal de alerta ao indicar que, apesar da Reforma da Previdência de 2019, o sistema previdenciário brasileiro ainda enfrenta desafios. A projeção é que, sem novos ajustes, a idade mínima para aposentadoria poderia chegar a 72 anos em 2040 e a 78 anos em 2060, mantendo os índices de dependência dos idosos estáveis.

Conforme explicado nesta reportagem, diante desse cenário incerto, cresce a importância de um planejamento financeiro pessoal para garantir uma aposentadoria confortável sem depender exclusivamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Rafael Leuzinger, especialista em investimentos do Grupo Fractal, afirma que o primeiro passo para quem busca segurança no futuro é organizar as finanças desde já.

Uma estratégia eficaz começa com a criação de um orçamento detalhado. Seja em uma planilha eletrônica ou até mesmo em um caderno, o importante é registrar todas as despesas. Classificar os gastos por categorias e monitorar para onde o dinheiro está indo ajuda a identificar o que pode ser cortado para gerar economia. Com esse controle em mãos, fica mais fácil alcançar o equilíbrio financeiro necessário para começar a investir.

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Entender para onde vai o dinheiro que você ganha é fundamental. A partir disso, é possível começar a poupar de forma consistente. “Dessa forma, você consegue identificar o que é esse”, diz o especialista.

Após organizar o orçamento e atingir a estabilidade financeira, o próximo passo é direcionar parte dos rendimentos para investimentos voltados à aposentadoria.

Quanto ao valor a ser destinado para a aposentadoria, Leuzinger destaca que, embora não exista uma fórmula fixa, recomenda-se destinar entre 10% a 20% da renda mensal para esse objetivo. “O mais importante é que o montante escolhido esteja alinhado com a realidade financeira de cada investidor”, afirma.

Confira 2 dicas para se aposentar com conforto

Planejar a aposentadoria é essencial para garantir tranquilidade financeira e uma vida confortável no futuro. Pequenos ajustes na forma como você investe e administra suas finanças podem fazer uma grande diferença. Confira duas dicas práticas para se preparar e garantir uma aposentadoria mais segura e com qualidade.

1 – Começar cedo faz toda a diferença

Entre os principais conselhos dos especialistas está o de iniciar os investimentos o quanto antes. O tempo é um grande aliado para quem quer construir um patrimônio sólido no futuro, principalmente devido à mágica dos juros compostos.

“Quanto mais cedo se começa a investir, maior é o potencial de acumulação de patrimônio ao longo do tempo. Muitos dos maiores investidores costumam dizer que gostariam de ter começado a investir antes, justamente para aproveitar melhor esse crescimento”, ressalta Leuzinger ao E-Investidor.

É importante destacar que os juros compostos, conhecidos como “juros sobre juros”, possuem um grande potencial para aumentar significativamente os lucros ao longo do tempo, desde que as condições sejam favoráveis. Ao contrário dos juros simples, que se baseiam apenas no montante inicial, os investimentos que utilizam juros compostos consideram o valor total aplicado, incluindo os rendimentos acumulados ao longo do período.

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Para ilustrar essa vantagem, um exemplo mostra a diferença significativa entre iniciar o investimento aos 25 ou aos 45 anos. No primeiro caso, para acumular R$ 2 milhões até os 65 anos, seriam necessários depósitos mensais de R$ 1.048,40. Já quem adia para os 45 anos precisaria investir R$ 4.410,74 por mês para alcançar o mesmo objetivo.

2 – Calcule a quantia necessária para uma vida confortável

Outro ponto crucial no planejamento é estimar a renda necessária para manter o padrão de vida desejado durante a aposentadoria. Marcos Milan, professor da FIA Business School, aconselha que o cálculo leve em conta apenas os juros reais, ou seja, sem considerar a inflação.

Se a ideia é garantir uma renda anual de R$ 100 mil com juros reais de 3,5%, o investidor precisaria acumular cerca de R$ 2,9 milhões até a aposentadoria. Milan alerta que, ao definir essa quantia, é preciso pensar não apenas nas despesas básicas, como alimentação e moradia, mas também em aspectos de lazer e bem-estar, assegurando uma aposentadoria sem privações.

Sendo assim, em tempos de incerteza, contar exclusivamente com o INSS pode ser arriscado. Planejar-se financeiramente desde cedo e investir de forma inteligente são ações que garantem uma aposentadoria mais tranquila.

Colaborou: Gabrielly Bento.