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Petz (PETZ3) dispara após fusão com Cobasi; vale a pena comprar?

Analistas veem a fusão como oportunidade de longo prazo, com perspectivas de crescimento no mercado pet

Petz (PETZ3) dispara após fusão com Cobasi; vale a pena comprar?
Foto: Adobe Stock
  • Petz será incorporada pela Cobasi, formando a maior empresa de ecossistema pet do Brasil. Acionistas da Petz terão 52,6% das ações, e os da Cobasi, 47,4%
  • Apesar da fusão, a Petz enfrenta desafios de rentabilidade e alta pressão financeira, segundo análise da Guide Investimentos
  • A nova companhia deve atingir receita anual de R$ 6,9 bilhões e Ebitda de R$ 464 milhões, com 494 lojas em mais de 140 cidades

A rede de varejo de produtos para animais de estimação Petz (PETZ3) liderou o ranking de altas no Ibovespa nesta sexta-feira (16). A ação fechou em alta de 9,28%, a R$ 3,77. Na véspera, a empresa encerrou o pregão da Bolsa com os papéis sendo comercializados a R$ 3,45. O avanço da Petz ocorre após a rede anunciar um acordo de associação com a Cobasi para junção dos seus negócios.

A parceria entre Petz e Cobasi, no entanto, embora pareça promissora, pode causar dúvidas aos investidores. Afinal, dois dias antes, a Petz divulgou lucro líquido de R$ 5 milhões no segundo trimestre deste ano, o que representa queda de 80% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o acordo, a Petz será incorporada por uma subsidiária integral da Cobasi, resultando na criação de uma nova companhia combinada. A operação dará aos acionistas da Petz 52,6% das ações da nova empresa, enquanto os acionistas da Cobasi devem ficar com os 47,4% restantes.

Além disso, a companhia diz que os acionistas da Petz receberão uma parcela em dinheiro de R$ 400 milhões, dos quais R$ 130 milhões serão distribuídos como dividendos antes do fechamento da operação, e R$ 270 milhões corrigidos pela taxa Certificado de Depósito Interbancário (CDI) até a data de fechamento. A transação foi anunciada como a criação do maior e mais integrado ecossistema pet do Brasil.

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Especialistas ouvidos pelo E-Investidor indicam que ainda há muito espaço para valorização da ação da Petz. A movimentação de hoje no mercado, para os estrategistas, destaca a relevância da fusão, que deve trazer ganhos para a nova empresa resultante.

De acordo com o sócio-fundador da Essentia Consulting, Acilio Marinello, mesmo após o grande aumento nas ações, o potencial de crescimento é significativo. Ele sugere que, apesar da possível realização de lucros na próxima semana, os investidores devem manter uma perspectiva de longo prazo.

A fusão, aponta o especialista, reúne duas marcas extremamente fortes, que agora formarão um grupo ainda mais potente. Marinello destaca as vantagens dessa união, como o aumento da capilaridade das empresas e a redução de custos operacionais, especialmente em pontos de venda que anteriormente eram concorrentes. “Elas vão reduzir custos com sobreposição de lojas, atendendo o mesmo público sem necessidade de ter dois pontos físicos”, explica.

Além disso, o novo grupo deve ter um maior poder de barganha com fornecedores e criar sinergias que fortalecerão as operações, potencializando receitas e elevando a nova empresa a um outro patamar no mercado. “É um grupo que se torna muito forte, com melhores margens operacionais e mais capacidade de investimento”, diz Marinello.

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Ele também ressalta que a fusão entre a Petz e a Cobasi deve criar barreiras de entrada para novos concorrentes, consolidando a posição da nova empresa como líder de mercado. Para os investidores, Marinello vê essa operação como uma oportunidade promissora. “Para quem tiver paciência e mantiver o papel em carteira por 12 meses ou mais, as potencialidades de rentabilização são muito altas”, conclui.

Diante desse cenário, a recomendação de Marinello é clara: “Vale a pena comprar, mesmo com o boom das ações na bolsa de hoje. As perspectivas de valorização são muito positivas”, reforça.

Investidor deve focar no cenário macroeconômico

Essa visão também é compartilhada pela analista de mercado Daniela Castro, que aprova a compra das ações com uma perspectiva diferenciada. “Além das sinergias operacionais evidentes, é importante observar o cenário macroeconômico. Estamos vendo um aumento na demanda por produtos e serviços do setor pet, impulsionado por uma mudança de comportamento dos consumidores, que estão gastando mais com seus animais de estimação”, afirma Castro.

A analista aponta que a nova empresa estará bem posicionada para capturar essa tendência crescente. Para ela, ao combinar a força dessas duas marcas, a nova companhia terá uma capacidade de atender a esse mercado em expansão, com um portfólio diversificado e uma presença geográfica ampliada. Isso, aliado ao cenário favorável de consumo, segundo Castro, faz com que as perspectivas de crescimento sejam ainda mais otimistas.

Em sua análise, Castro diz que a fusão não só deve fortalecer a posição de mercado da empresa como também deve permitir uma maior eficiência na gestão de custos, o que, em sua visão, será imprescindível para a manutenção de margens operacionais saudáveis. “A capacidade de gerar valor para os acionistas a longo prazo, com base na solidez operacional e no crescimento da demanda, torna a compra dessas ações uma decisão acertada para quem busca diversificação com potencial de valorização”, conclui.

Petz sofre com falta de rentabilidade

A Genial Investimentos disse, hoje pela manhã, que a fusão da Petz com a Cobasi é positiva para o mercado e mantém a recomendação de compra, com o preço-alvo de R$ 4,20. A XP Investimentos avalia que o acordo é visto como um alívio na concorrência no varejo físico, criando uma dinâmica de mercado mais favorável. Apesar da expectativa de que a Petz continue enfrentando desafios no curto prazo, a fusão deve desbloquear sinergias, dado o alinhamento dos modelos de negócios das duas empresas.

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Os estrategistas da XP também acreditam que a união fortalecerá o posicionamento da nova empresa no mercado, promovendo uma competição mais racional no setor físico. No entanto, a competição online ainda será um desafio a ser enfrentado. A recomendação de compra para as ações da Petz é mantida, refletindo a confiança no potencial de crescimento a longo prazo da empresa resultante da fusão.

Ao analisar os resultados financeiros da Petz no segundo trimestre deste ano, a Guide Investimentos, por outro lado, aponta o impacto negativo. “A Petz vem sofrendo bastante com a falta de rentabilidade e forte pressão do resultado financeiro, que vem do aumento do endividamento para financiar as expansões. Enquanto a empresa não conseguir rentabilizar sua operação, a empresa vai continuar sofrendo pressão com margens baixas e resultados negativos”, afirma o analista Mateus Haag.

Enquanto isso, em uma reunião com analistas pela manhã, o CEO e fundador da Petz, Sérgio Zimerman, indicou que os acionistas devem receber entre R$ 0,85 e R$ 0,90 por ação, um valor inferior ao previsto inicialmente de R$ 1. Foi decidido também que a Cobasi terá maior influência no conselho, com cinco dos assentos sendo ocupados por representantes indicados pelos controladores (família Nassar e Kinea), enquanto a Petz terá quatro, nomeados por Zimerman, que continuará como acionista relevante da nova empresa, desde que mantenha um número específico de ações. Os dois grupos também contarão com dois membros independentes no conselho.

Além disso, ficou estabelecido que Zimerman será o presidente do conselho, e Paulo Nassar, CEO da Cobasi, assumirá o cargo de CEO da nova empresa. A família Nassar se tornará a maior acionista, com 42,6% da empresa, enquanto Zimerman terá 16,5%. A Kinea deterá 3,7% da participação. Os demais 36,1% ficarão como ações de livre negociação na bolsa para os investidores da Petz, com 1,1% alocado para outros acionistas menores.

As duas partes assinaram um acordo de acionistas com duração de oito anos, prevendo votação conjunta. As empresas projetam que as sinergias decorrentes da fusão podem adicionar entre R$ 220 milhões e R$ 330 milhões ao Ebitda anual, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, através de iniciativas como novos formatos de lojas, expansão da marca própria, maior eficiência nos centros de distribuição e revisão das operações de saúde e serviços. Estima-se que 85% dessas sinergias sejam alcançadas em até três anos, a partir de 2025.

Fusão deve fechar lojas

A empresa prevê também o fechamento de algumas lojas para consolidar unidades que antes competiam entre si, aumentando a eficiência e as vendas por metro quadrado, além de possíveis ajustes na força de trabalho dos centros de distribuição. A fusão resultará na incorporação da Petz pela Cobasi, com a Petz se tornando uma subsidiária da Cobasi. A Cobasi será listada em bolsa entre a assinatura do acordo e a conclusão da transação, com um novo código de negociação.

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A nova empresa deve nascer com uma receita líquida anual de R$ 6,9 bilhões e Ebitda de R$ 464 milhões, além de 494 lojas em mais de 140 cidades, 15 hospitais veterinários e mais de 20 marcas próprias de produtos para pets – seguindo um modelo semelhante ao da fusão entre Raia e Drogasil em 2011.

O acordo final também inclui uma linha de crédito para os acionistas da Petz que desejarem contestar judicialmente a cobrança de Imposto de Renda sobre ganho de capital decorrente da incorporação das ações, que a empresa entende não configurar evento gerador de IR. O crédito, segundo a empresa, será fornecido pela nova companhia ou por uma instituição financeira parceira.

A conclusão da transação ainda depende da aprovação dos acionistas das duas empresas e da análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que deverá ser finalizada em 2025, segundo estimativas da Petz.

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