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Americanas (AMER3) se desfaz de mais uma empresa enquanto ação vira pó

O Skeelo anunciou a aquisição de rede social de livros que pertencia à varejista em recuperação judicial

Americanas (AMER3) se desfaz de mais uma empresa enquanto ação vira pó
Lojas Americanas (AMER3). (Foto: Adobe Stock)

O Skeelo, ecossistema de livros e leitura, anunciou a aquisição do Skoob, rede social de livros que pertencia à Americanas (AMER3), varejista em recuperação judicial. A plataforma vendida tem mais de 10 milhões de usuários. O valor da transação não foi anunciado.

A Americanas tem outros ativos mais relevante na fila para vendas, como é o caso do Hortifruti Natural da Terra e da Uni.co. Esses dois processos de venda, que fazem parte de plano de recuperação judicial da companhia, porém, estão suspensos. Na semana passada, a CFO da varejista, Camille Faria, disse, inclusive, que vendas menores como das marcas Submarino e Shoptime poderiam passar na frente.

“Todas as nossas ações são pensadas para trazer benefícios aos nossos clientes, leitores e ao mercado de publicações digitais, por isso temos o compromisso de movimentar o setor de diferentes formas, incluindo o investimento em plataformas estratégicas e alinhadas ao nosso propósito”, disse o CEO da Skeelo, Rodrigo Meinberg.

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A empresa compradora afirma que, com a transação, os sites e apps de cada marca continuam com as mesmas funcionalidades, mas ambos terão melhorias e incrementos.

O aplicativo da Skeelo soma mais de 14,3 milhões de instalações e quase 1 milhão de acessos mensais. Desde o mês de janeiro, são mais de 87 milhões de minutos consumidos com ebooks e audiobooks na plataforma.

O que está acontecendo com as ações da Americanas?

As ações da Americanas derreteram 57% na última quinta-feira (15), com os investidores digerindo os números dos aguardados balanços do exercício de 2023 e 1º semestre de 2024, que foram repetidamente adiados nos últimos meses. No final do dia, a AMER3 estava sendo negociada a R$ 0,14, quase o preço de uma bala de iogurte. Durante o pregão, entretanto, o papel chegou a cair mais de 70%, às mínimas de R$ 0,9.

A reação tão negativa dos acionistas ocorre por dois fatores: os números ainda muito negativos, já esperados, e a falta de “horizonte” – já que a empresa decidiu retirar os “guidances” para os próximos meses. Ou seja, as projeções financeiras da varejista para o futuro.

“De certa forma, a companhia não quer trazer nenhuma expectativa para o mercado. Até para não causar uma frustração e impactar o preço do papel, como ocorreu ontem”, diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

No acumulado do ano passado, a varejista registrou prejuízo de R$ 2,2 bilhões, 82,8% melhor do que o observado no mesmo período de 2022 (depois que os números foram reapresentados sem a “maquiagem” da manipulação contábil). Nos seis primeiros meses deste ano, o resultado negativo foi de R$ 1,4 bilhão, 56% menor do que no mesmo período de 2023.

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