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Azul (AZUL4) derrete em meio a rumor de recuperação judicial nos EUA; veja o que diz a empresa

Processo Chapter 11, equivalente à recuperação judicial no Brasil, é usado por empresas endividadas para levantar capital

Azul (AZUL4) derrete em meio a rumor de recuperação judicial nos EUA; veja o que diz a empresa
Aeronave da companhia Azul. (Estadão Conteúdo/Fabio Motta)

As ações da Azul (AZUL4) lideram as perdas do mercado brasileiro nesta quinta-feira (29). Em meio a rumores de que a empresa pode entrar com pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos (processo semelhante à recuperação judicial no Brasil), os papéis tombaram 24,14% cotados a R$ 5,50, após oscilarem entre máxima a R$ 7,16 e mínima a R$ 5,35.

Segundo reportagem da Bloomberg Línea, a companhia estaria avaliando opções que iriam desde uma oferta de ações até um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, por meio do Chapter 11. Uma das fontes ouvidas pela matéria, que preferiu não ser identificada, disse que a Azul pretende evitar o mecanismo de recuperação judicial e trabalha com o Citigroup para um potencial oferta de ações.

A companhia também estaria trabalhando com o Citi como consultor sobre o potencial contrato de fusão com a Gol (GOLL4) – o entendimento seria de que a operação poderia convencer os credores de que uma empresa combinada teria níveis mais baixos de dívidas e melhores perspectivas de crescimento. Outra opção que estaria em análise é a emissão de novos títulos de dívidas por meio da unidade de carga da Azul.

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Vale lembrar que o Chapter 11 é um processo legal dos Estados Unidos usado por empresas endividadas para levantar capital, reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais em longo prazo, enquanto continuam a operar normalmente. Em janeiro deste ano, a Gol entrou com o pedido de recuperação judicial no país, o que motivou a sua saída do principal índice da B3, o Ibovespa.

O que diz a Azul sobre os rumores envolvendo o pedido de Chapter 11?

No começo da tarde desta quinta-feira, a Azul enviou um comunicado ao mercado se posicionando sobre as notícias recentes. No texto, a empresa disse que a reportagem da Bloomberg foi “mal-interpretada” e ressaltou que está em negociações ativas com seus principais stakeholders (partes interessadas em um negócio) para otimizar a estrutura de capital acordada no plano de otimização do ano passado.

“Em linhas gerais, os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes. Como temos demonstrado consistentemente, a Azul sempre favorece soluções amigáveis e comerciais que maximizam valor para todos os seus stakeholders”, ressaltou a empresa no comunicado.

Assim como também informou em sua teleconferência de resultados, a aérea brasileira ressaltou ter capacidade adicional de captação de recursos utilizando a sua unidade de carga como garantia primária no montante de até US$ 800 milhões. Outras fontes de liquidez também estão disponíveis.

A Azul relembrou ainda que, na quarta-feira (28), a Câmara dos Deputados aprovou o texto do Senado para o Projeto de Lei 1829/19, que permite que as companhias aéreas tenham acesso a linhas de crédito recorrentes apoiadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

Em seu comunicado, a companhia também destacou que está mantendo discussões com o grupo Abra para explorar possíveis parcerias ou combinações de negócios relacionada à Gol. Até a presente data, no entanto, ela não celebrou ou formalizou um acordo, vinculante ou não.

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A Azul registrou prejuízo líquido de R$ 3,865 bilhões no segundo trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 497,9 milhões no mesmo período de 2023. Suas operações foram severamente impactadas por diversos fatores, tais como a desvalorização do real brasileiro e a redução da sua capacidade doméstica de voos como resultado das enchentes no Rio Grande do Sul em maio.

No ano, a companhia amarga desvalorização da ordem de 63,46% na Bolsa. Já em agosto, os papéis da Azul caem 26,88%.