A expectativa crescente de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fará um corte de apenas 0,25 ponto porcentual nos juros dos Estados Unidos em setembro, o fortalecimento do dólar em decorrência desta premissa, e as dúvidas em relação ao cenário fiscal e sobre como o Comitê de Política Monetária (Copom) vai se comportar a partir da indicação de Gabriel Galípolo para o comando do Banco Central a partir de 2025 deram força às taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) ao longo de toda a curva nesta quinta-feira (29) e transformaram em majoritária a aposta de aumento de 0,50 ponto porcentual na Selic no mês que vem.
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A expectativa para a Selic no fim de 2025 também se aproximou dos 12% a partir de hoje, subindo de 11,80% ontem para 11,95%.
Dados dos Estados Unidos de revisão do PIB e pedidos de seguro-desemprego indicaram que a maior economia do mundo segue forte. Isso e a demanda abaixo da média em um leilão de T-notes de 7 anos contribuíram para que os juros projetados pelas T-notes avançassem, dando impulso também ao dólar, que ganha um tempero extra no mercado brasileiro na véspera da formação da Ptax, segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. “Os investidores têm aumentado as posições compradas em dólar futuro aqui. Em geral tem relação entre dólar futuro e DIs médios”, avaliou.
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O volume negociado foi particularmente alto na ponta curta da curva de DIs, com o contrato para janeiro de 2025 rodando com o dobro de contratos negociados em relação ao de janeiro de 2026, que vinha sendo o mais líquido do mercado em pregões recentes.
Segundo Luiz Rogé, economista, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset, a alta na ponta curta dos juros futuros parece mais “‘definitiva’ agora, porque o mercado deu sinal para o BC, e o BC para o mercado, e parece que está havendo consenso de expectativa, com um cenário ‘bem traçado’: vamos ter elevação nos juros a curtíssimo prazo, com taxas para fevereiro na faixa de 11,80%, o que significa cerca de 3 elevações de 0,5% na Selic nas próximas reuniões”.
O mercado também embutiu na curva “as medidas enviadas ontem para o Congresso, de flexibilização dos limites de despesas com pessoal e o vale gás fora do orçamento”, que denotam uma deterioração fiscal, avalia o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou a 10,985%, de 10,943%. A taxa para janeiro de 2026 avançou a 11,830%, de 11,708% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 aumentou a 11,805%, de 11,626%, e a taxa para janeiro de 2029 subiu a 11,875%, de 11,711%.
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