As taxas de juros negociadas no mercado futuro sustentam alta em toda a curva neste final de manhã, apoiadas pelo dólar – veja aqui a operação da moeda nesta sexta-feira (30) – e pelos retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense), além da preocupação com os efeitos inflacionários de um quadro fiscal sem controle.
O resultado negativo do setor público consolidado, que apontou déficit de R$ 21,348 bilhões em julho, bem acima das piores estimativas do mercado (-R$ 13,8 bilhões) foi mal recebido entre investidores e acabou por ser o destaque do dia para o mercado das taxas de juros, que também acompanhou números do desemprego no Brasil e de inflação nos Estados Unidos, entre outros.
“Esse déficit bem pior que se imaginava afeta diretamente a ponta longa da curva, que mostra o mercado reprecificando a inflação. O fiscal somado ao risco de mudança da bandeira de energia elétrica são dois fatores que preocupam, colocando maior pressão sobre o Banco Central (BC)“, disse Pedro Lang, economista e especialista da Valor Investimentos.
Às 11h07, os juros do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 11,050%, ante 10,991% do ajuste de quinta-feira (29). O DI para janeiro de 2026 projetava 11,915%, contra 11,815% do ajuste anterior. E a taxa do DI para janeiro de 2029 estava em 11,95%, contra 11,85%. O mercado agora aguarda a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no evento anual da XP Investimentos.