O volume administrado pelas casas de gestão de patrimônio alcançou R$ 468,95 bilhões no primeiro semestre de 2024, uma leve alta de 2,45% em relação a dezembro de 2023 (R$ 457,75 bilhões). O número de instrumentos de investimento – como fundos de investimento e carteiras administradas – também cresceu no período, passando de 29.947 para 33.866 (+13,09%). Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
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Os números indicam que o segmento de gestão patrimonial está em um patamar “bastante representativo”, na avaliação de Richard Ziliotto, presidente da Comissão de Gestão de Patrimônio da Anbima. “Tanto do ponto de vista do volume quanto dos instrumentos, vemos evolução e ainda enxergamos bastante potencial de crescimento”, disse Ziliotto, em entrevista ao Broadcast Investimentos.
O executivo destaca que, tendo o exterior como referência, observa-se que “os investidores que tomam a decisão de entregar a discricionariedade do seu patrimônio para um profissional dificilmente voltam atrás”.
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“A indústria é relevante lá fora e o Brasil caminha no mesmo patamar, encontrando volumes maiores”, afirma Ziliotto.
Os dados da Anbima mostram que os fundos de investimento seguem com o maior volume financeiro, com R$ 316,45 bilhões no primeiro semestre ante R$ 313,28 bilhões dezembro de 2023 (+1,01%). Já o avanço das carteiras administradas foi maior, de 5,56% no período, de R$ 144,48 bilhões para R$ 152,51 bilhões.
Questionado, Ziliotto diz que não é possível aferir pelas estatísticas se o aumento de volume nesses instrumentos teve fluxo direto da nova lei de come-cotas para fundos exclusivos, sancionada no fim do ano passado. Essa informação viria apenas por um questionamento direto com as gestoras. “Mas sabemos que houve um movimento de adequação [do capital], buscando alternativas para diferimento fiscal”, observa o executivo.
Por região
O volume financeiro no Nordeste teve o maior crescimento entre as regiões do País, de R$ 5,7 bilhões no período (+15,7%), para R$ 42,1 bilhões. O avanço no número de clientes também foi destaque, com uma variação positiva de 27,5%, alcançando 2.089.
A região Sudeste segue na liderança no número de clientes, com 20.190, uma alta de 8,9% ante dezembro de 2023. O volume financeiro da região cresceu 1,4%, chegando a R$ 366,9 bilhões.
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Nas demais regiões do País, os dados do primeiro semestre mostram que o Sul tem R$ 53,1 bilhões (+0,4%) e 4.695 clientes (+14%), o Centro-Oeste tem R$ 5,1 bilhões (1,3%) e 2.452 clientes (+11,5%) e o Norte tem R$ 1,8 bilhão (+13,9%) e 325 clientes (+34,3%).
“As casas de gestão de patrimônio têm evoluído com a abertura de outras [unidades] ‘regionais’. O Brasil tem dimensões continentais, então é preciso ter presença nas diferentes regiões para atuar junto aos clientes”, avalia Ziliotto.