O diretor financeiro da Petrobras (PETR4), Fernando Melgarejo, disse nesta segunda-feira (16) ao Broadcast que a emissão de títulos globais no valor de US$ 1 bilhão mirou unicamente a redução no custo da dívida da empresa. De fato, ao mesmo tempo a estatal recomprou títulos equivalentes a US$ 941,9 milhões, pagando US$ 918,3 milhões.
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Melgarejo informou que há possibilidade de novas emissões desse tipo à frente, mas que agora não há nada no radar. Além da operação de momento, a Petrobras já havia emitido US$ 1,25 bilhão em operação concluída em julho do ano passado, após dois anos seguidos fora do mercado de dívida.
“A Petrobras não tem necessidade de liquidez, então operações como essa servem à gestão eficiente da dívida. Emitimos bem barato a fim de recomprar dívidas mais caras e mais curtas”, disse Melgarejo.
Surpresa positiva
O diretor definiu o resultado da operação como “surpresa bastante positiva”, em função de uma demanda de mercado de US$ 3,2 bilhões, três vezes maior do que o valor intentado pela companhia. Ele destacou que o spread (diferença) entre a emissão da Petrobras e o título do Tesouro norte-americano ficou em 2,4% (em 2023, esse valor foi de 2,9%), o mais curto em 12 anos. Com relação aos títulos do Tesouro brasileiro, essa diferença foi de 0,23%, que seria a mais curta em 18 anos.
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“A ideia era comprimir ao máximo a emissão”, disse sobre a operação que terminou com uma taxa de retorno de 6,25% ao ano, após uma partida de 6,5% ano, já bem rebaixada. Em 2023, a compressão foi maior, mas partiu de 7,25% e chegando a 6,625%, acima do retorno desse ano.
Esse retorno mais favorável à Petrobras, disse Melgarejo, se deve às condições macroeconômicas dos Estados Unidos, com o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) já tendo sinalizando corte de juros e à robustez da gestão da Petrobras, cada vez melhor avaliada.
“Temos a cobertura de 16 bancos de investimento e, ontem, um 12º entre eles deu indicação e compra para a companhia. Temos 75% de indicação e compra, a melhor posição desde 2022. Isso é aumento de confiança na tese Petrobras”, disse.
Segundo Melgarejo, a maior parte dos investidores que compraram os títulos seguem nos Estados Unidos conforme o esperado, mas teria havido participação expressiva de investidores da Europa, da Ásia e do próprio Brasil.
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Os títulos recém emitidos pela Petrobras têm vencimento em 13 de janeiro de 2035. Os pagamentos de juros serão semestrais, começando em 13 de janeiro de 2025.
Impacto
O impacto da operação é no preço e no prazo da dívida. “O impacto dessa emissão para a dívida em si é imaterial, porque emitimos US$ 1 bilhão e recompramos pouco mais de US$ 940 milhões. Mas há um alongamento e barateamento dessa dívida”, disse o executivo.