(Estadão Conteúdo) – A desigualdade racial ainda está presente na produção agropecuária brasileira. Os brancos são maioria entre os proprietários de grandes estabelecimentos rurais, enquanto os negros predominam entre os pequenos produtores. Nos estabelecimentos de mais de 10 mil hectares, oito em cada dez proprietários são brancos. Os dados são da segunda edição do Atlas do Espaço Rural Brasileiro, publicado nesta terça-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como parte das comemorações dos 100 anos do Censo Agropecuário.
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Segundo o Censo Agro 2017, cerca de 47,9% dos estabelecimentos agropecuários do País tinham produtores declarados como brancos, proporção maior que a dos estabelecimentos com produtores pardos (42,6%), pretos (7,8%), indígenas (0,8%) e amarelos (0,6%). Entre os pequenos produtores, aqueles que dirigem estabelecimentos com área total de até um hectare, 57,9% declararam-se pardos, 25,5% brancos, 13,6% pretos, 8,3% indígenas e 1,8% amarelos.
Por outro lado, nos estabelecimentos com mais de 500 hectares, 72,2% dos produtores proprietários são brancos, contra apenas 23,9% de pardos, 2,5% pretos, 0,4% indígenas e 0,06% amarelos. “Ou seja, quanto maior a área dos estabelecimentos, maior a predominância dos produtores declarados brancos”, ressalta o IBGE. Em estabelecimentos de mil a 10 mil hectares, três em cada quatro proprietários são brancos (74,7%), mais que o triplo da quantidade de proprietários pretos ou pardos (23,8%).
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