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12 small caps baratas para você ganhar com dividendos

Empresas com valor de mercado de até R$ 10 bilhões podem trazer até 18% com rendimentos dos proventos

12 small caps baratas para você ganhar com dividendos
Dividendos setembro Foto: Adobe Stock
  • Levantamento de Fábio Sobreira, sócio e analista da Rocha Opções de Investimentos identificou quais das small caps - empresas com valor de mercado de até R$ 10 bilhões - estão caras ou baratas
  • Para isso foram utilizados dois múltiplos: o preço/lucro (P/L) médio de cinco anos e o projetado para os próximos 12 meses
  • O analista calculou também o preço-teto, ou seja, o preço limite de compra para garantir no mínimo um dividend yield de 6% com as ações

Levantamento de Fábio Sobreira, sócio e analista da Rocha Opções de Investimentos, identificou quais small caps – empresas com valor de mercado de até R$ 10 bilhões – estão caras ou baratas. Para isso foram utilizados dois múltiplos: o preço/lucro (P/L) médio de cinco anos e o projetado para os próximos 12 meses. A lógica é que, se o P/L projetado é inferior ao médio, o papel pode ser considerado barato.

Leia mais: 19 small caps que podem pagar dividendos de até 18% nos próximos 12 meses

O analista calculou também o preço-teto dessas ações small caps, ou seja, o preço limite de compra para garantir no mínimo um dividend yield de 6% com as ações. São 12 ações que podem trazer bons retornos aos investidores. Confira no quadro abaixo:

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Essas small caps estão baratas na Bolsa

Fonte: Fábio Sobreira/Rocha Opções de Investimentos

** Preço-teto da Moura Dubeux não pode ser calculado porque a companhia ainda não fez nenhum pagamento de dividendos na bolsa

BR Partners (BRBI11)

A small cap mais recomendada pelos analistas para receber dividendos foi a BR Partners (BRBI11), que recebeu cinco indicações. O analista independente Mario Neto explica que se trata de um banco que trabalha na assessoria financeira de fusões e aquisições no Brasil. Além disso, a BR Partners atua na originação, estruturação e distribuição de títulos de renda fixa e instrumentos de dívida para as empresas brasileiras, incluindo dívidas conversíveis. Recentemente, o banco entrou na gestão de fortunas.

Pelo perfil de atividades da BR Partners, a empresa não demanda muito capital para crescer. Também possui baixo risco de crédito, porque não precisa se endividar para rentabilizar como os outros bancos, aponta Roger, da Trígono Capital. O banco não tem necessidade de fazer grandes investimentos, portanto distribui todo excesso de caixa em dividendos da BR Partners.

Segundo Roger, um cenário com PIB (Produto Interno Bruto) crescendo e juros caindo favorece as transações no mercado de capitais, especialmente fusões e aquisições, avaliações de empresas, não apenas de companhias conhecidas do capital aberto, mas também de empresas familiares atendidas pela BR Partners.

Entre as vantagens de investir na BR Partners, Neto destaca que a companhia está crescendo seus lucros e receitas em uma taxa acelerada acima de 20% ao ano na sua média. A rentabilidade também tem sido alta, com o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) acima de 20% ao ano de forma consistente.

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Para Milton Rabelo, analista da VG Research, a BR Partners é um ativo descontado muito bem-posicionado para o aprofundamento do mercado financeiro que tem um componente estrutural no Brasil, apesar dos juros elevados.  “O mercado de fusões e aquisições ainda é incipiente no país e acreditamos que o banco de investimento tem grande potencial de crescimento com sua comprovada disciplina de gestão e execução”, avalia.

Mas Rabelo também enxerga alguns riscos, entre eles o tamanho de concorrentes como o BTG Pactual (BPAC11), que possuem enormes balanços e conseguem participar de ofertas das quais a BR Partners não consegue.

Outro risco seria a ciclicidade das receitas, que podem ser negativamente impactadas pelos juros elevados, que diminui o apetite por fusões e aquisições.

Petroreconcavo (RECV3)

A segunda small cap mais recomendada foi a Petroreconcavo (RECV3), com três indicações. Bueno, da Nord, explica que é uma petroleira de menor porte especializada na operação, desenvolvimento e revitalização de campos maduros em bacias terrestres de óleo e gás (onshore).

A Petroreconcavo foi precursora na compra de campos de petróleo onshore, fruto dos desinvestimentos da Petrobras (PETR4). Atualmente a empresa conta com 57 concessões e 8 blocos exploratórios, em três estados Rio Grande do Norte, Bahia e Sergipe.

A companhia tem um custo de extração baixo entre US$ 12 a US$ 14 o barril, portanto com o petróleo em um patamar entre US$ 65 e US$ 80 ela consegue gerar bastante caixa, afirma Daniel Nigri, analista e fundador da Dica de Hoje Research.

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Nigri explica que a companhia trabalha com uma espécie de proteção para uma parte da sua produção, operando com opções. A Petroreconcavo protege alguns contratos vendendo call (opções de compra) a US$ 80 ou mais e comprando put (opções de venda) a US$ 65. “Desta forma, se o petróleo cair muito mais do que US$ 65 pelo menos a empresa não vai ser afetada no curto prazo”, diz o analista.

Bueno cita ainda que a companhia tem uma baixa alavancagem e endividamento controlado. Além disso, vem reduzindo os seus investimentos nos últimos anos, o que se traduziu na distribuição elevada de proventos em 2024.  Nos últimos 12 meses, o dividend yield da Petroreconcavo (retorno em dividendos) de 10,64%, dos quais 7% se referem ao ano de 2024.

Nigri lembra ainda que os campos da Petroreconcavo são em terra e quem possui esse tipo de ativo é a Petrobras, que neste momento não está fazendo desinvestimentos – portanto, é possível que não ocorram aquisições no curto e médio prazo. A Petroreconcavo deve acabar investindo para não reduzir muito a sua produção, mas os investimentos serão limitados. Com sobra de caixa, os recursos devem acabar sendo direcionados para remunerar os acionistas da Petroreconcavo, defende o analista.

Banco Pine (PINE4)

Presente em um setor perene, o banco Pine trabalha com empréstimos para empresas de médio porte, mas nos últimos meses começou a atuar com força no varejo colateralizado, gerando um crescimento exponencial para a carteira de pessoas físicas, o que trouxe uma segurança muito grande para o portfólio do banco, aponta Marco Saravalle, analista CNPI-P e sócio-fundador da MSX Invest.

Segundo Neto, o varejo inclui empréstimos consignados do INSS, para aposentados e pensionistas. Também tem a linha de empréstimo atrelada ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). E o crédito consignado Siape, descontado na folha de pagamento e muito comum entre funcionários públicos federais. “Todos possuem baixo risco de calote, então a inadimplência nestes segmentos acaba sendo muito baixa”, observa Neto.

Saravalle cita também que o banco Pine tem se destacado pelo seu alto Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE). Atualmente, o ROE da instituição está em 21,91%, muito próximo dos grandes bancos. “Se considerado o retorno que ainda pode entregar ainda estaria barato. Tem potencial de pagar bons dividendos”, avalia o analista da MSX Invest.

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Entre os riscos, Saravalle cita uma economia muito fraca ou em recessão, que poderia limitar o crescimento da receita do banco, os lucros e teria como consequência dividendos mais baixos.

Moura Dubeux (MDNE3)

Na bolsa desde 2020, a Moura Dubeux (MDNE3) nunca distribuiu dividendos, mas está prestes a se tornar uma ótima pagadora. É o que defende Renato Reis, analista da Blue3 Research. Ele explica que a companhia estava com dificuldades financeiras e abriu capital na bolsa para pagar dívidas e recomeçar do zero.

Desta forma, zerou praticamente todos os prejuízos acumulados que tinha e atualmente está sobrando patrimônio e caixa, o que a habilita a pagar dividendos. A empresa pode começar sua trajetória de renda com um possível dividend yield entre 8% a 8,5%, nos cálculos de Reis, o que seria um patamar interessante.

Ele destaca que a grande vantagem da Moura Dubeux é que, além de poder entregar um dividendo robusto, a companhia teria potencial de valorização caso o mercado de construção civil tiver um pico de alta.

Operacionalmente, Reis explica que a Moura Dubeux é uma construtora que atua no Nordeste com imóveis de médio e alto padrão. O mercado da região é mais concentrado do que o Sudeste, com poucas empresas.

Um dos diferenciais é que além da incorporação e venda dos imóveis, a companhia faz também gerenciamento de obras para outras empresas que estão construindo imóveis próprios.

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O risco de investimento dessa small cap estaria na resiliência do mercado do Nordeste, que pode acabar sofrendo mais em crises econômicas do que o sudeste.

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