Pré-mercado: Exterior positivo antes de Fed e Powell deve ajudar em meio LDO e Guedes

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No Brasil, as atenções ficam no ministro da Economia, Paulo Guedes, e no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto;
No exterior, as bolsas europeias se beneficiam dos PMIs da Zona do Euro e da Alemanha, com números acima do previsto pelos analistas.

(Estadão Conteúdo) – Os mercados estão positivos no exterior, antes da decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de entrevista de Jerome Powell. O investidor observa a chance de mais estímulos fiscais nos Estados Unidos, as notícias sobre vacinas e os dados europeus de atividade melhores que o esperado, apesar do avanço da covid-19 no mundo.

No Brasil, as atenções ficam no ministro da Economia, Paulo Guedes, e no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. No exterior, as bolsas europeias se beneficiam dos PMIs da Zona do Euro e da Alemanha, com números acima do previsto pelos analistas, que também levaram o euro mais cedo a atingir máxima desde abril de 2018 ante a divisa americana. E os futuros das Bolsas de Nova York são apoiados ainda pela chance de mais estímulos fiscais nos Estados Unidos.

Há expectativas também pela aprovação do uso emergencial da vacina Moderna contra covid-19 ainda nesta semana e pelo desfecho da reunião do Fed à tarde, com atualização de projeções e entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell. A expectativa é que o Fed deverá manter os juros básicos nos Estados Unidos na faixa entre 0% e 0,25% ao ano, por causa do choque recessivo causado pela pandemia do coronavírus, mas poderá anunciar forward guidance qualitativo sobre eventuais mudanças que poderá adotar no futuro com o programa de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês).

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O líder da maioria do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell afirmou ontem à noite estar otimista de que “podemos concluir um entendimento completo (sobre pacote de estímulos) em breve”, comentou. Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer disse que há trocas de ideias entre membros dos dois partidos e também afirmou que há progressos, considerando que pode haver acordo em breve.

Por aqui, com a agenda de dados mais fraca, o apetite global por risco tende a favorecer os ativos financeiros, após o Ibovespa ter zerado ontem as perdas no ano ao fechar acima dos 116 mil pontos. O dólar e os juros futuros devem a ficar mais sensíveis às falas de Guedes e Campos Neto durante a sessão, em meio a indefinições fiscais e após a ata do Copom reforçar os principais pontos do comunicado da reunião da semana passada, de que o forward guidance deve ser suprimido em breve e que, mesmo assim, não haverá aperto monetário imediato.

Na política, após o Brasil registrar ontem 915 novas mortes em decorrência da covid-19, elevando o total de óbitos pela doença para 182.854, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro vai assinar hoje, às 10 horas, uma medida provisória para compra de vacinas contra a covid-19.

A medida deve abrir um crédito extraordinário de R$ 20 bilhões no Orçamento deste ano para a compra de doses do imunizante e o governo pretende garantir o acesso gratuito a toda a população. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o parlamento não irá acatar a exigência de que as pessoas que quiserem se vacinar contra a covid-19 assinem um termo de responsabilidade, como deseja o presidente Jair Bolsonaro.

Maia disse ainda ser favorável a suspender o recesso parlamentar de janeiro para que o Congresso possa votar propostas que digam respeito à saúde. E em meio à espera pela votação hoje da LDO de 2021, um dispositivo inserido na lei pelo relator, senador Irajá (PSD-TO), virou alvo de controvérsia dentro e fora do governo, segundo apurou o Broadcast.

São ao menos três polos em torno da “discórdia”: um grupo entende que há margem para ministérios se comprometerem com obras que serão executadas apenas no futuro, uma ala conta justamente com essa brecha e um terceiro grupo aposta na manutenção de outras regras fiscais para manter a porteira fechada.

AGENDA FOMC, POWELL, GUEDES E CAMPOS NETO EM DESTAQUE – A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) será anunciada às 16 horas, seguida de entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, às 16h30. As vendas no varejo nos Estados Unidos em novembro saem às 10h30 e o PMI composto de dezembro, às 11h45. No Brasil, o monitor do PIB de outubro está programado às 10h15. O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de um evento online da Conferência de Montreal às 12h30, e de outro, com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, da OCDE, às 14 horas.