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- O principal índice da bolsa de valores brasileira fechou em alta de 1,34% nesta terça-feira (15), aos 116.148,63 pontos - o resultado crava o fim das perdas vistas ao longo do ano
- A recuperação da Bolsa no ano foi notável e surpreendeu os investidores. Muitos acreditavam que o índice encerraria o ano no campo negativo
- 23 ações tiveram variação positiva superior a 100% de março até o fechamento de mercado desta terça-feira (15)
A poucos dias do final de 2020, o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta de 1,34% nesta terça-feira (15), aos 116.148,63 pontos – o resultado crava o fim das perdas vistas ao longo do ano.
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Em março, o mercado perdeu o ímpeto positivo por conta da pandemia de coronavírus e despencou 30%, a maior queda mensal desde 1988. Pressionado pelas preocupações com o avanço da doença no Brasil e no mundo, o Ibovespa ampliou as perdas e acumulou desvalorização de 45% no dia 23 de março, quando fechou o dia aos 63.569,62 pontos. Apesar da forte queda, o índice recuperou o patamar dos 80 mil pontos no mês seguinte e seguiu em trajetória de crescimento desde então.
A recuperação da bolsa no ano foi notável e surpreendeu os investidores. Muitos acreditavam que o índice encerraria o ano no campo negativo, já que a pandemia se estendeu por mais tempo do que o esperado e houve uma grande fuga de capital estrangeiro. O resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, com a vitória do democrata Joe Biden, e as notícias positivas sobre as vacinas contra a covid-19 trouxeram o otimismo de volta e impulsionaram o mercado.
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De volta ao patamar pré-crise, na faixa dos 115 mil pontos, a retomada do Ibov traz outras curiosidades. Veja a seguir:
Desempenho mensal do Ibovespa
Até zerar as perdas do ano, o IBOV emplacou seis meses de alta e três de baixa. Do lado positivo estão abril (+10,25%), maio (+8,75%), junho (+8,76%), julho (+8,27%), novembro (15,90%) e dezembro (+6,66%) – até o fechamento do mercado desta terça (15).
Em geral, os meses foram beneficiados com a queda no nível de mortalidade da doença, que desencadeou no afrouxamento das medidas de restrições sociais e permitiu a reabertura da atividade econômica. Além disso, principalmente nos dois últimos meses, as notícias positivas envolvendo uma vacina contra a covid-19 e o resultado das eleições americanas impulsionaram o índice.
Na outra ponta, o resultado negativo ficou com agosto (-3,44%), setembro (-4,80%) e outubro (-0,69%). Nestes três meses seguidos de desvalorização, pesou negativamente contra o Ibovespa a segunda onda da covid-19, principalmente na Europa, e o início do embate entre Donald Trump e Joe Biden pelo comando da Casa Branca.
Novembro foi um mês de recordes
Com valorização de 15,90%, novembro foi o grande destaque de 2020 e o mês entrou para história da B3. O desempenho foi tão alto que este foi o melhor novembro para a bolsa brasileira desde 1999. Além disso, o saldo de investimento estrangeiro foi positivo em R$ 31,5 bilhões, valor recorde na contagem mensal desde o início da série histórica, em 1995.
Na esteira positiva, algumas ações conseguiram se destacar ainda mais e cravaram desempenhos muito acima do mercado. Azul (AZUL4) e PetroRio (PRIO3), por exemplo, valorizaram mais de 60%.
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Outro fato histórico foi o saldo do Ibov dolarizado. No período, a valorização foi de 25,5%, o que representa o segundo novembro com melhor performance desde que o índice foi criado, em 1968 – perdendo apenas para o mesmo mês de 1984, quando atingiu alta de 36,6%. Na moeda americana, nenhum ativo registrou queda em novembro e a rentabilidade dos ativos também foi mais alta em relação ao real.
Ações que mais valorizaram
Assim como aconteceu em novembro, diversas ações não se limitaram à valorização do Ibovespa e entregaram performances de peso no acumulado do ano. Enquanto o Ibov sobe 82,71% desde 23 de março até o fechamento do mercado desta terça-feira (15), 24 papéis tiveram variação positiva superior a 100% no mesmo período, segundo dados do Estadão/Broadcast.
Os principais destaques para o período são: CSN (CSNA3) (385,34%), PetroRio (PRIO3) (367,51%), GOL (GOLL4) (289,75%), Via Varejo (VVAR3) (285,94%), Usiminas (USIM5) (267,55%), BTG Pactual (BPAC11) (240,33%), Magazine Luiza (MGLU3) (226,39%), CVC (CVCB3) (205,31%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) (184,25%) e Azul (AZUL4) (179,48%).
Com exceção do BPAC11, todos os outros ativos são de empresas ligadas a commodities, turismo e e-commerce. Os setores sofreram no início da crise, mas foram beneficiados no decorrer do ano com as notícias sobre uma vacina contra a covid-19, a retomada das viagens e a mudança de hábito de consumo dos brasileiros para o comércio on-line.
Ações que mais desvalorizaram
Mesmo com a recuperação do Ibovespa desde o seu pior momento na crise, nem todas as ações conseguiram acompanhar a mesma trajetória. Segundo dados do Estadão/Broadcast, 47 dos 77 ativos que compõem o índice apresentam performances piores desde o dia 23 de março.
Apenas duas ações apresentaram desvalorização: Carrefour (CRFB3) (-10,74%) e Cielo (CIEL3) (-8,94%).
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Completam a lista dos 10 piores desempenhos Telefônica Brasil (VIVT3) (2,97%), Pão de Açúcar (PCAR3) (3,12%), Cogna (COGN3) (7,51%), Raia Drogasil (RADL3) (9,90%), Rumo (RAIL3) (10,80%), IRB Brasil (IRBR3) (13,99%), Tim (TIMS3) (18,63%) e Embraer (EMBR3) (19,77%).