O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua intenção de expandir a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), superando a promessa feita durante a campanha presidencial de elevar o limite para R$ 5 mil mensais.
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Lula argumentou que a medida é mais do que um compromisso eleitoral, mas sim uma questão de justiça fiscal, e pretende financiar essa mudança através da taxação dos “super ricos”.
De acordo com a Agência Brasil, o presidente criticou o sistema tributário atual, destacando que trabalhadores de renda média acabam pagando proporcionalmente mais impostos do que pessoas com rendas mais altas, especialmente aqueles que vivem de ganhos financeiros, como dividendos. “Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague imposto de renda”, disse Lula.
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A ampliação da faixa de isenção do IRPF tem sido um tema recorrente no governo de Lula, que defende um sistema tributário mais progressivo, onde os mais ricos paguem uma fatia maior dos tributos.
Segundo ele, o atual modelo favorece aqueles que vivem de especulação financeira, enquanto penaliza trabalhadores que recebem salários. “Salário não é renda. Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, afirmou o presidente, em clara referência à necessidade de revisar a tributação sobre grandes fortunas e ganhos de capital.
O debate sobre a reforma do Imposto de Renda tem ganhado espaço em meio à aprovação de outras mudanças tributárias, como a Medida Provisória 1.172/23, que já elevou a faixa de isenção do IR de R$ 1.903,98 para R$ 2.112 mensais. Além disso, foi incluída a possibilidade de dedução de R$ 528 diretamente do imposto devido, o que pode isentar contribuintes com renda de até R$ 2.640.
As alíquotas para as demais faixas de rendimentos mensais permaneceram inalteradas, mas todas elas serão beneficiadas com o aumento da faixa de isenção.
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Essa alteração terá impacto direto no Imposto de Renda a ser declarado no próximo ano, embora os contribuintes que têm desconto na fonte já percebam a diferença nos valores retidos em seus salários.
Colaborou: Gabrielly Bento.