O Itaú BBA reiterou a visão positiva sobre a Embraer (EMBR3), apesar do “impressionante” salto de 82% do papel em 2024. O otimismo é atribuído ao cenário competitivo e demanda favoráveis, assim como o espaço para melhorias no backlog do ponto de vista de pedidos e também margens.
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Para o analista Daniel Gasparete, a Embraer vive um ambiente competitivo histórico. Existem apenas três fabricantes de equipamento original (OEM, na sigla em inglês) autorizadas a construir aeronaves comerciais que podem voar em todas as partes do mundo: Boeing, Airbus e Embraer. Destes, os dois primeiros enfrentam problemas operacionais, que variam desde reestruturação gerencial e greves de trabalhadores até restrições na cadeia de suprimentos. Outro agravante é o fato de contarem com restrições de capacidade, já que seus backlogs estão próximos de 10 anos.
“Além disso, a Embraer, após completar sua reestruturação após o rompimento do acordo com a Boeing em 2020, está operando com muito menos restrições (backlog de quatro anos) e ainda abaixo de sua capacidade total”, aponta Gasparete, destacando que a companhia prevê a entrega de 76 aeronaves comerciais em 2024 ante uma capacidade de 105.
Demanda da Embraer
A demanda favorável também é citada pelo analista. Para ele, investidores devem aproveitar as condições favoráveis atuais, já que os dois principais gatilhos para uma desaceleração (recessão econômica global e/ou sobre capacidade de aeronaves) atualmente não são iminentes.
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“Pelo contrário, antecipamos que o ciclo trabalhará a favor da Embraer, com a aviação comercial se beneficiando do aumento de pedidos, particularmente de operadoras regionais e de baixo custo que normalmente encomendam aviões de fuselagem estreita”, comenta.
Gasparete prevê ainda uma perspectiva positiva para o setor de Defesa à medida que a aceitação da aeronave KC-390 continua a crescer. Os segmentos Executivo e de Serviço também estão experimentando desempenho máximo.
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O Itaú BBA prevê a entrega de 16 entregas para a divisão comercial e 37 para a divisão executiva no terceiro trimestre de 2024. “Isso deve ser acompanhado pela manutenção do nível de rentabilidade visto no trimestre anterior, que vemos como a principal fonte de risco de alta no curto prazo”, segundo o relatório.
O time espera também uma mensagem positiva da administração da Embraer durante a teleconferência da empresa sobre a geração de caixa para o último trimestre do ano, apoiada pela sazonalidade favorável e pela indenização de US$ 150 milhões da Boeing (US$ 100 milhões líquidos).