A cotação do dólar hoje voltou a subir no começo da tarde desta quinta-feira (7), com investidores de olho no pacote de corte de gastos do governo federal. A moeda americana chegou a operar no campo negativo por um certo período da manhã, mas agora avança 0,68%, a R$ 5,715, depois de variar entre máxima a R$ 5,7197 e mínima a R$ 5,6343.
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Já o índice DXY, que meda divisa ante uma cesta de seis pares fortes, cede 0,69%, aos 104,359 pontos, corrigindo o movimento de quarta-feira (6), quando atingiu a marca de 105,088 pontos, o maior nível desde 3 de julho, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
O real, que na véspera conseguiu se sair bem, sofre hoje diante da possibilidade de que o pacote de corte de gastos prometido pelo governo não seja anunciado ainda nesta quinta-feira (7), como se esperava. Há pouco, a Secretária de Comunicação Social (Secom) informou que a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros foi suspensa e deve retornar apenas às 15h30. Fontes ouvidas pelo Broadcast Político afirmam que, com a agenda cheia, a cúpula do Congresso Nacional já teria sinalizado a Lula que hoje seria muito difícil um encontro entre Legislativo e Executivo para tratar sobre o tema.
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Enquanto acompanham o desenrolar da questão fiscal doméstica, investidores também aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que deve sair às 16h. A expectativa majoritária é por um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros americanas. O mercado também aguarda as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que participa de coletiva de imprensa às 16h30.
Como a vitória de Trump afeta o desempenho do dólar?
Com o retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos, a expectativa é de que o dólar siga uma trajetória de valorização em relação a outras moedas globais. Isso porque o republicano foi eleito com propostas econômicas mais protecionistas, incluindo o aumento de imposto de importação, com tarifas mais elevadas para a China. A possibilidade de manutenção dessas tensões comerciais tende a sustentar a demanda por ativos seguros, favorecendo a divisa americana.
Conforme explicamos nesta reportagem, um outro ponto que joga a favor de um dólar mais forte no novo mandato de Trump é a inflação. O entendimento do mercado é que a agenda econômica apresentada na campanha é inflacionária e, com a maioria republicana no Congresso, essas propostas podem ter maior facilidade de sair do papel.
O dólar cai 1,09% em novembro. No ano, a moeda acumula ganhos de 17,79%.
*Com informações do Broadcast