O pacote fiscal ocupa hoje o centro das discussões de investidores, empresários e autoridades públicas, pois é apontado como a principal saída da crise de desconfiança pela qual passa a economia brasileira e que pressiona a cotação do dólar, a alta dos juros e os investimentos.
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Atendendo expectativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um pronunciamento de 7 minutos na noite de quarta-feira (27) para trazer mais detalhes sobre as medidas de contenção de gastos. No comunicado, ele confirmou que haverá isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e citou outras medidas, como a limitação o crescimento do salário mínimo no limite de despesas do arcabouço fiscal, mudanças nas regras abono salarial e na previdência dos militares. Os detalhes sobre o pacote serão revelados em coletiva de imprensa na quinta-feira (28).
Vale lembrar que “Pacote fiscal” é como todos esses agentes do mercado brasileiro se referem a um conjunto de medidas financeiras que o presidente Lula e sua equipe discutem implementar para controlar os gastos do poder público brasileiro e equilibrar as contas do País. O objetivo central está em garantir que o governo não gaste mais do que arrecada, promovendo cortes de despesas e incentivos fiscais a setores específicos da economia.
Algumas medidas do pacote fiscal incluem corte de verbas para programas do governo e de incentivos que comprometam a arrecadação da União, como a desoneração da folha de pagamento, ação que reduz impostos sobre salários de certos setores do País.
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Com uma postura mais rígida do governo com a política fiscal, e a redução dos gastos da União, o mercado tende a reagir de forma mais confiante, o que reduz a pressão sobre o câmbio e sobre a inflação, abrindo margem para o Copom reduzir a Selic, a taxa de juros básica da economia. Ou seja, uma inflação controlada mostra que a economia está ativa, sem pesar sobre o bolso do consumidor. Para evitar que a inflação dispare e afete os preços, o Banco Central do Brasil precisa subir juros. Isso significa que as compras parceladas e os seus empréstimo, por exemplo, também podem ficar mais caros, a depender de como estiver a Selic.
Entenda a relação entre o pacote fiscal e as decisões do Copom
- O Copom define a taxa básica de juros (Selic) no Brasil, que influencia diretamente a economia interna. Se o governo adota medidas fiscais rigorosas para reduzir os gastos, isso tende a aumentar a confiança dos investidores com as contas públicas e afastar riscos de calote, aliviando a pressão sobre os juros, o câmbio e a inflação. Com uma política fiscal austera, o Copom ganha mais margem para reduzir a Selic, já que o risco de inflação diminui.
- Um pacote fiscal que demonstre responsabilidade pode reduzir a necessidade de juros altos no Brasil, transmitindo ao mercado a confiança de que o governo está controlando suas contas e a dívida pública. Isso ajuda a atrair e reter investimentos no Brasil, trazendo de volta parte dos dólares dos investidores.