A cotação do dólar hoje fechou em queda no mercado doméstico de câmbio, após ter oscilado entre o campo negativo e o positivo na sessão, com os ânimos do mercado mais tranquilizados em relação ao pacote fiscal do governo federal. A moeda americana encerrou o pregão desta quinta-feira (14) em baixa de 0,02% a R$ 5,7881, depois de variar entre máxima a R$ 5,8308 e mínima a R$ 5,7635.
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“O dólar comercial caiu, mas terminou a semana com ganhos de 0,91%, após se aproximar dos R$ 5,90, mostrando que pode até superar a marca dos R$ 6,00, caso o cenário fiscal não melhore drasticamente com o pacote de corte de gastos”, afirma Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.
Já o índice DXY, que mede a divisa ante uma cesta de seis pares fortes, avançou, exibindo alta de 0,43%, aos 106,937 pontos, ao final da tarde. O movimento estendeu o rali que persiste desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. O entendimento é de que as medidas protecionistas do republicano tendem a ser mais inflacionárias, o que pode exigir uma postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed) no controle das taxas de juros.
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Em evento do do Valor Capital Group, em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a alta do dólar, na esteira da eleição de Trump, vai afetar menos o Brasil do que outros emergentes. A China e o México tendem a sentir os maiores impactos, segundo ele.
“Minha percepção é a de que é óbvio que, se você tiver um dólar forte, isso vai afetar os outros países com mercados emergentes, mas a minha visão é de que o Brasil será menos afetado”, disse. “Ele será impactado, mas em menor intensidade.”
No cenário doméstico, os investidores seguem à espera do pacote de corte de gastos do governo, mas declarações realizadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira (13), conseguiram tranquilizar, em parte, os investidores. Após reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o pacote de redução de gastos, Haddad disse que o valor a ser anunciado será “expressivo” e que reforçará o conceito de que todas as rubricas devem, na medida do possível, ser incorporadas ao que prevê o arcabouço fiscal.
Agenda macroeconômica dos EUA
O núcleo do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,3% em outubro ante setembro, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado veio acima da projeção de analistas consultados pela FactSet, de alta de 0,2%.
Em discurso durante evento em Dallas, no Texas, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, indicou hoje que a autoridade monetária não pretende correr no processo de relaxamento monetário. “A economia não está enviando quaisquer sinais de que precisamos ter pressa em baixar os juros”, afirmou.
Powell ainda explicou que a força recente da atividade econômica permite ao Fed adotar uma abordagem cautelosa ao realizar suas escolhas. “Em última análise, a trajetória da taxa básica dependerá da evolução dos dados recebidos e das perspectivas econômicas”, disse.
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O dólar sobe 0,12% em novembro. No ano, a moeda acumula ganhos de 19,26% em relação ao real.
*Com informações do Broadcast