

O consórcio, uma modalidade que reúne pessoas interessadas em adquirir bens como carros, imóveis, motos ou até eletroeletrônicos, continua despertando dúvidas entre os consumidores brasileiros.
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O consórcio, uma modalidade que reúne pessoas interessadas em adquirir bens como carros, imóveis, motos ou até eletroeletrônicos, continua despertando dúvidas entre os consumidores brasileiros.
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Apesar de ser uma alternativa interessante para quem não tem pressa em adquirir o bem desejado, os especialistas são unânimes: consórcio não é investimento. Entenda os motivos e saiba como planejar sua adesão com segurança.
Conforme explicado nesta reportagem, o consórcio é estruturado por administradores autorizados pelo Banco Central e funciona com base em grupos que pagam parcelas monetárias reajustadas por índices econômicos, como o IPCA e o INCC.
A contemplação pode ocorrer por sorteios mensais ou lances, o que significa que a espera pelo bem pode variar de alguns meses a anos, dependendo do tipo ou da estratégia financeira de cada participante.
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A psicanalista Márcia Tolotti, alertou ao E-Investidor, que o consórcio exige paciência e planejamento emocional, já que não dá para contar apenas com a sorte. “Então, a pessoa tem que ter uma consciência e uma auto responsabilidade de saber que poderá ser contemplada apenas no final (do consórcio)”, afirma.
O educador financeiro Eduardo Reis Filho reforça a necessidade de planejamento antes de aderir à modalidade. “É importante avaliar se as parcelas cabem no seu bolso, escolher uma administradora de confiança, fazer simulações comparando diferentes valores e prazos, e ter paciência”, orienta. Segundo ele, as inadimplências podem gerar prejuízos consideráveis, incluindo processos legais.
Além disso, desfazer-se de um consórcio pode sair caro, “sempre vai ter um deságio, e, com isso, perda de parte do que a pessoa pagou”, explica Eliane Tanabe Deliberali, da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.
Diferentemente do financiamento, que permite a compra imediata mediante pagamento de juros, o consórcio não cobra juros, mas sim uma taxa de administração. De acordo com a lei nº 11.795, de 2008, essa taxa remunera a administradora pela organização e gestão do grupo até o encerramento.
Para quem tem recursos disponíveis, o lance pode ser uma estratégia para acelerar a contemplação e evitar a espera por sorteios. Porém, o consultor financeiro Álvaro Bandeira ressalta que quem busca retorno financeiro deve considerar outras alternativas, como renda fixa, ações ou fundos multimercados.
Embora muitas vezes seja confundido com investimento, o consórcio é, na verdade, uma compra programada. Onde o comprador reserva um valor para adquirir um bem ou serviço. Não há rentabilidade nesse processo, como ocorre em investimentos financeiros
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Para quem deseja poupar dinheiro de forma disciplinada e sem pressa, o consórcio pode ser uma alternativa. No entanto, especialistas sugerem avaliar se investir diretamente em produtos financeiros, que oferecem rendimento, não seria uma escolha mais vantajosa a longo prazo.
O educador financeiro Eduardo Reis afirma que seria até mais vantajoso reservar o dinheiro para aplicar nas rendas fixa e variável do que em um consórcio. “Se eu investir o dinheiro, ele vai estar rentabilizando de acordo com o investimento que eu escolhi”, afirma.
A resposta depende do perfil e das prioridades de cada consumidor. Quem busca uma forma planejada de adquirir um bem e pode esperar pelo sorteio pode se beneficiar da ausência de juros do consórcio. Já aqueles que buscam retorno financeiro direto devem considerar outras opções de investimento.
Colaborou: Gabrielly Bento.
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