O dólar voltou a avançar nesta sexta-feira (22) ante a maioria das moedas, com destaque para o movimento em relação aos principais ativos europeus. A publicação de indicadores de atividade fracos no continente levou à perspectivas de mais cortes de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), enfraquecendo as respectivas moedas, com o euro atingindo seu menor nível desde dezembro de 2022. Outra queda de destaque é do rublo russo, que vem acentuando suas perdas com o acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia, e chegou ao menor nível desde março de 2022.
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O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,54%, a 107,554 pontos. Perto do fechamento de Nova York, o dólar se valorizava a 154,87 ienes. O euro caía a US$ 1,0417 e a libra recuava a US$ 1,2530.
O dólar ganhou força na relativa resiliência da economia dos EUA, o que deixou o mercado incerto sobre se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) tem justificativa suficiente para reduzir novamente as taxas no próximo mês. Na opinião de Rabobank, o banco central provavelmente votará pela redução das taxas novamente em dezembro e janeiro, mas isso poderá ser o fim do ciclo de flexibilização, dado que Donald Trump poderia ter aumentado as tarifas comerciais em meados do próximo ano.
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Embora o mercado tenha apostado na possibilidade de menos cortes nas taxas por parte da Fed, tem havido uma discussão sobre se o BCE precisa acelerar o ritmo de flexibilização. O conjunto sombrio de dados do PMI desta manhã para a Alemanha e França adicionou combustível a este debate e o euro deu um passo mais perto da paridade com o dólar, avalia o banco holandês.
Na opinião de Rabobank, o BCE reduzirá as taxas em 25 pontos de base em dezembro e mais duas vezes em 2025. No mercado, se comenta que o BCE pode até favorecer a utilização de incrementos de corte de taxas de 50 pontos base no próximo ano, o que foi ventilado também pelo dirigente Mario Centeno. Neste cenário, o Rabobank prevê uma mudança para a paridade em meados do próximo ano, para coincidir com a potencial implementação de novas tarifas comerciais dos EUA.
Entre emergentes, o dólar avançava a 104,3410 rublos, em uma desvalorização diária acima de 3% da moeda russa, em um cenário de escalada nas agressões e ameaças na guerra da Ucrânia. Já o Banco Central da Índia (RBI) instruiu, em um movimento incomum, alguns bancos a reduzirem suas posições longas no par dólar-rúpia para conter apostas especulativas contra a moeda local, que atingiu o recorde de baixa de 84,5075 por dólar. Com isso, a moeda foi a grande exceção do dia, e o dólar recuava a 84,4345 rupias no fim da tarde.