Todo final de ano os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, aqueles que trabalham no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), contam com a “gratificação natalina”, conhecido como 13º salário. Dessa forma, eles recebem um salário a mais em referência a um fictício 13º mês de trabalho. Além dele, algumas empresas também pagam bônus e Participação em Lucros e Resultados (PLR), como forma de reconhecimento para os funcionários mais engajados.
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Quando o dinheiro extra cai na conta, há uma tendência de querer gastar o valor gigante em conta. Porém, conforme indicado por especialistas entrevistados para esta matéria do Bora Investir, o ideal é respirar fundo, resistir aos gastos supérfluos e planejar o que fazer com o 13º salário.
Se você possui dívidas, o primeiro passo é quitá-las com esse dinheiro para ter uma boa saúde financeira e começar o ano com um respiro no bolso. Identifique os débitos e organize-os para entender a prioridade de pagamento. É importante que o “raio X” das dívidas inclua os boletos que ainda vão chegar, como impostos e matrículas escolares. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, sugere que as primeiras dívidas a serem pagas sejam as de alto custo, como as do cartão de crédito e cheque especial.
Isso porque os juros cobrados nesses casos geralmente superam os retornos de investimentos convencionais, não valendo a pena acumular dívida para investir. “Investir em vez de quitar dívidas só é recomendado em casos específicos em que a rentabilidade do investimento supera os juros da dívida, o que acredito ser muito raro”, afirmou Lima. Dívidas de financiamentos imobiliários, por exemplo, podem ter juros baixos. Assim, se o rendimento de uma aplicação superar os juros da dívida, o investimento pode ser considerado.
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Somente depois de quitar os débitos e realizar um planejamento dos seus objetivos financeiros é possível partir para a análise dos recursos e produtos para investir, alinhando tudo ao perfil de cada um.
Vale investir o resto do 13º salário?
Se, depois de pagar suas dívidas sobrou bem pouco do benefício, ainda assim é interessante investir para render ao longo do tempo. Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, lembra que muitos investimentos permitem começar com valores baixos e, com o tempo, o rendimento dos juros sobre os juros fazem esse valor inicial crescer. “Investir o que sobrou do 13º salário – seja muito ou pouco – é muito mais vantajoso do que esperar acumular uma grande quantia antes de começar”, disse Durso.
Mas onde investir o 13º salário, a PLR e o bônus do final de ano?
- “Ninguém compra um carro pensando no seguro; tem que ser igual com investimentos”, diz FGC
Vale lembrar que os melhores produtos de investimento são aqueles que se adequam ao perfil do investidor, considerando a flexibilidade ao risco e a expectativa de retorno. No entanto, para aqueles que não desejam muitas oscilações no rendimento, ativos de renda fixa são recomendados. Entre eles, os mais recorrentes são:
- Tesouro Direto: são títulos públicos federais, ou seja, como se você estivesse emprestando dinheiro para o governo. É indicado para investidores conservadores ou moderados, buscando segurança e liquidez. Segundo o especialista da Ouro Preto, o Tesouro Selic é ideal para reservas de emergência, enquanto o Tesouro IPCA é adequado para preservação do poder de compra em prazos mais longos.
- Certificado de Depósito Bancário (CDBs): papéis emitidos por bancos e instituições financeiras a fim de levantar recursos, como se o investidor emprestasse dinheiro para essas instituições. Com taxas variadas, esse investimento oferece maior rentabilidade em prazos longos ou em bancos menores e tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). De acordo com Lima, essa pode ser uma alternativa interessante para quem quer diversificar com um horizonte de médio a longo prazo.
- Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs): isentos de Imposto de Renda (IR), são vantajosos para quem busca rendimentos líquidos. Segundo Lima, as letras de crédito são indicadas para prazos mais longos, porque geralmente possuem carência para resgate. Ou seja, é preciso deixar o dinheiro investido por um tempo até fazer a retirada.
Confira abaixo a evolução de um 13º salário de R$ 3.000 investidos nesses ativos de renda fixa, observando os rendimentos acumulados e o valor acumulado total em 10 anos:
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